Publicada em 23/07/2022
Dados apresentados na última sexta-feira (22), pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), sobre as
Características dos Moradores mostra que, em 2021, o Rio Grande do Sul tem o
segundo maior percentual de idosos (60 anos ou mais), com 18,6%. Em comparação
ao ano de 2012, ano em que teve início a série histórica da pesquisa, esse
total representa aumento de 40% em quase 10 anos.
No outro extremo, o Estado também aparece com o segundo
percentual mais baixo da população residente entre 0 e 17 anos, com 22%.
Esse grupo da população encolheu 8,9% de 2012 até 2021. Esses dois movimentos do Estado
acompanham a média nacional, mas em ritmo ligeiramente maior.
Ao comentar os dados nacionais, o analista da pesquisa,
Gustavo Fontes afirma que essas transições ocorrem diante de fatores ligados à
fecundidade. “Essa queda é um reflexo da acentuada diminuição da fecundidade
que vem ocorrendo no país nas últimas décadas e que já foi mostrada em outras
pesquisas do IBGE”.
A pesquisa do IBGE também mostra a presença de 4,3 milhões
de domicílios no Estado em 2021 contra 3,8 milhões em 2012. Nesse intervalo de
tempo, a proporção de unidades domésticas com apenas um morador passou de 14,8%
para 18,3% do total. Entre as pessoas que moram sozinhas, os homens eram
maioria em 2021 (51,3%), abaixo da média brasileira (56,6%).
Cenário parecido no país
De acordo com o levantamento, no ano passado a população
brasileira foi estimada em 212,5 milhões de pessoas. Destas, 21,6 milhões
tinham 65 anos ou mais de idade, o que representa 10,2%. Em 2012, a população
brasileira era estimada em 197,7 milhões de pessoas, das quais 15,2 milhões
tinham 65 anos ou mais de idade, o que representava 7,7% do total de
habitantes. Ou seja, em dez anos, enquanto a população brasileira registrou
crescimento de 7,7%, o número de idosos de 65 anos ou mais teve um salto quase
seis vezes maior, de 41,6%.
Entre 2012 e 2021, o indicador para crianças e adolescentes
caiu de 34,4 em 2012 para 29,9 em 2021, enquanto o dos idosos aumentou de 11,2
para 14,7 no mesmo período.
"Esse indicador revela a carga econômica desses grupos
sobre a população com maior potencial de exercer atividades laborais. Sabemos
que há idosos ativos no mercado de trabalho, além de pessoas em idade de
trabalhar que estão fora da força. Mas o indicador é importante para sinalizar
a potencial necessidade de redirecionamento de políticas públicas, inclusive
relativas à previdência social e saúde”, ponderou o pesquisador Geaquinto.
De modo geral, a população masculina é mais jovem que a
feminina. Em todos os grupos etários a partir dos 30 anos de idade as mulheres
formavam maior proporção que os homens.
“Nascem mais homens do que mulheres, mas essa diferença vai
diminuindo à medida que a idade avança, já que a mortalidade tende a ser maior
entre eles”, explicou Geaquinto.
Em 2021, as mulheres representavam 51,1% dos brasileiros,
enquanto os homens, 48,9%.
Aumenta
número de autodeclarados pretos
Conforme o
IBGE, no período de 2012 e 2021, a população declarada de cor
preta cresceu 32,4% e a parda 10,8%, ao passo que a população que se declarava
de cor branca não apresentou variação relevante.
Na região Sul, que engloba Rio Grande do Sul, Santa
Catarina e Paraná, a população declarada de cor preta apresentou variação de
apenas 0,5% no período, saindo de 3,9% para 4,4%. Já o crescimento entre as
pessoas que se declaram pardas é maior, saindo de 16,7% para 19,9%. Por outro
lado, a população que se declara branca teve uma diminuição, de 78,8% para
75,1%.
O levantamento esclarece que no Rio Grande do Sul, 80,8%
das pessoas se declaram brancas. Aqueles se entendem como pretos somam 5,7% no
Estado, enquanto os da raça parda são 13,2%.
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