Publicada em 09/09/2021
O consumo das famílias
brasileiras aumentou 4,84% em julho deste ano na comparação com junho, mas caiu
1,15% ante o mesmo período do ano passado. No acumulado do ano, o índice foi
positivo, ficando em 3,24%. Segundo a Associação Brasileira de Supermercados
(Abras), a queda mensal foi a segunda do ano, já que em junho o Índice Nacional
de Consumo das Famílias nos Lares Brasileiros havia detectado baixa de 0,68% na
comparação com o mesmo mês de 2020.
Ao comentar hoje (9) o
resultado, o vice-presidente institucional da Abras, Marcio Milan, disse que o
crescimento mensal pode ser atribuído ao pagamento de R$ 5,5 bilhões da quarta
parcela do Auxílio Emergencial, que beneficiou 26,7 milhões de famílias; à distribuição
de R$ 1,23 bilhão pelo Bolsa Família para as famílias não elegíveis para a
receber tal benefício; à geração de 50.977 postos de trabalho no setor em julho
e ao avanço da vacinação contra a covid-19.
Outro fator citado por Milan
foi a expansão do setor, com a abertura de novas lojas. “Em julho, foram
inauguradas 21 lojas, 42 foram reinauguradas e 13 passaram por algum tipo de
transformação para o melhor atendimento do consumidor”, informou.
O levantamento também
mostrou que o custo da Cesta Abrasmercado, que inclui 35 produtos de largo
consumo (alimentos, cerveja, refrigerante e produtos de higiene), fechou o mês
em R$ 668,55, com acréscimo de 0,96% em relação a junho. Comparando com julho
de 2020, a alta foi de 23,14%.
A Região Norte permanece com
a cesta mais cara do país, no valor de R$ 752,89 (acumulado de 23,49% nos
últimos 12 meses), seguida pelas regiões Sul (R$ 734,10), Sudeste (R$ 640,87),
Centro-Oeste (R$ 616,68) e Nordeste (R$ 598,22).
De acordo com a Abras, os
produtos que mais encareceram no acumulado de 2021 foram açúcar, ovo, carne
(dianteiro), café, frango congelado, carne (traseiro), leite longa vida e
feijão foram os itens que mais encareceram. No mesmo período, o preço do arroz,
pernil e óleo de soja caiu. No acumulado dos últimos 12 meses, o óleo de soja
disparou, com 87,3% de alta, seguido pelo arroz, com 39,8%, carne (dianteiro),
com 40,6%, carne (traseiro), com 32,9%, pernil, com 24,8%, frango congelado,
com 30,8%, açúcar, com 32,6%, café, com 17,8%, ovo, com 12,4%, leite longa
vida, com 10,9%, e feijão, com 5%.
Milan ressaltou que o
movimento de preços está ocorrendo em todo o mundo. “Nos últimos 12 meses,
identificamos aumento em função da exportação de alguns produtos com maior
procura e, em função do câmbio que foi bastante favorável."
Lembrando que o número de
marcas de qualidade cresceu e que, há valores bem variados, ele recomendou que
o consumidor fique atento e pesquise preços. "Temos de 9 a 12 marcas de
arroz e feijão no mercado, por exemplo, muitas vezes, em uma mesma loja.”
Caminhoneiros
A Associação Brasileira de
Supermercados descartou o risco de desabastecimento da rede supermercadista em
decorrência dos protestos de caminhoneiros registrados nas rodovias de 15
estados na manhã desta quinta-feira.
A Abras informou que
acompanha o monitoramento feito pelo governo federal e a Agência
Brasileira de Inteligência (Abin), que indica que o movimento já perdeu força e
que pode durar mais um ou dois dias no máximo. “O abastecimento e os preços dos
supermercados, portanto, não devem ser afetados, e não existe necessidade de
antecipação de compras por parte do consumidor”, concluiu a associação.
Fonte: Notícias Agrícolas