Publicada em 28/02/2025
Os municípios de Maratá e São José do Sul, no Vale do Caí, foram dois dos mais atingidos pelo temporal da noite da última quarta-feira (26). Ambos suspenderam as aulas na quinta, decretaram situação de emergência e registraram quedas de pontes e interrupção de serviços. A Defesa Civil Estadual também esteve nas cidades.
Em Maratá, dez famílias chegaram a ficar desalojadas, e foram para a casa de parentes, mas, diante da redução do nível do Arroio Maratá, que passa pela área central, elas retornaram a suas residências ainda na madrugada.
De acordo com a prefeita Gisele Schneider, choveu torrencialmente durante 15 minutos, o que foi suficiente para a elevação do nível do curso d’água e causar uma inundação em grande parte do município. A Defesa Civil Estadual chegou à cidade ainda à noite para avaliar a situação dos moradores. Gisele está nesta quinta em Brasília, onde disse ter reuniões com deputados em busca de emendas, e retornaria ainda à noite para Maratá. “Tivemos um alto volume, anormal, de chuva. Os estragos do temporal certamente entrarão agora na nossa pauta das reuniões”, salientou ela. O vice-prefeito, Diego Daniel Schu, que permaneceu no município, disse que recebeu o aviso ainda à noite da Prefeitura de Salvador do Sul, localizada acima.
“Eles disseram que a chuva havia sido muito forte lá, e não pensamos duas vezes em mobilizar nossos serviços, e alertar nossos cidadãos para que subissem seus bens. Alguns até nós mesmos ajudamos. Fizemos divulgações por cards e via redes sociais, para que chegasse no maior número possível de pessoas. Estamos bem supridos de luz, porém tivemos grandes problemas com a rede de água”, contou ele. O município foi contemplado com recursos do Desassorear RS, do governo do Estado, e estava prestes a receber o maquinário que deve fazer a limpeza do arroio. Antes da água invadir Maratá, segundo ele já havia a informação de que ela comprometera pontes em Esperança, localidade mais alta, então era apenas questão de tempo para que chegasse à área central.
Depois da passagem da chuva, a quinta-feira registrou excesso de lama em vias como a avenida onde fica a Prefeitura, agências bancárias e demais comércios, muitos dos quais não abriram as portas hoje. Um deles foi uma loja de roupas onde trabalha Vanessa Kerber, também produtora rural em Maratá, e que novamente, assim como no ano passado, teve perdas em suas lavouras de citros e milho com a inundação.
“A situação ficou bastante complicada, mas vamos reconstruir”, disse ela. Os Bombeiros Voluntários locais e o Corpo de Bombeiros de Harmonia auxiliaram os moradores, e pessoas com tratores e pás ajudavam a limpar o lamaçal. O acesso a Salvador do Sul pelo interior foi interrompido, forçando motoristas a seguirem pela BR 470, mas também com cautela, já que a contenção construída em chuvaradas anteriores caiu à noite, e começou a ser reconstruída logo após pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit).
Ainda na manhã desta quinta, o fluxo seguia em meia pista na região de São José do Sul. De acordo com o monitoramento pela plataforma SACE, do Serviço Geológico do Brasil (SGB), o nível do rio Caí na noite de quarta na barca de São Sebastião do Caí chegou próximo de seis metros, dentro da cota de atenção, mas no começo da tarde desta quinta já havia reduzido rapidamente para em torno de 2,50 metros.
Conforme o secretário de Obras de Maratá, Nivaldino da Fonseca, ao menos oito pontes foram danificadas com a chuvarada. Três delas foram destruídas, duas na localidade de Esperança, da qual ao menos uma já havia deslocado em inundações anteriores, e ainda outra na Linha Fries. “Ainda não conseguimos calcular os estragos”, salientou ele. “Mas trabalharemos junto às demais secretarias para auxiliar o povo que mais precisa”.
Com informações do Correio do Povo/Jornalista Felipe Faleiro/Fotos- Camila Cunha
Paulinho Barcelos
Rádio Jornalismo – Rádio Cruz Alta
Grupo Pilau de Comunicações