Publicada em 03/11/2024
A Feira de Economia Solidária perdeu na última sexta-feira (25/10) um de seus mais antigos expositores – o produtor Adonildo de Melo Beck, conhecido popularmente por “Seu Beck”, aos 80 anos. Natural da Boa Vista do Cadeado, veio para Cruz Alta quando aquele município ainda era distrito há 40 anos atrás. Deixou a pequena propriedade da família e se instalou numa chácara de um hectare, na zona norte da cidade, na divisa da Vila Militar e a Vila Santa Teresinha I.
Dedicado a agricultura familiar ele construiu uma marca e uma referência plantando inicialmente tempero verde e moranguinhos, depois seu principal produto de geração de renda passou a ser a mandioca congelada e embalada a vácuo – da Agroindústria Beck. Um produto presente nos refeitórios das escolas, no restaurante popular e em diversos outros estabelecimentos fornecidos mediante contratação pública.
Seu Beck tinha na dedicação à apicultura e na relação com as abelhas uma terapia, que preenchia os seus dias e lhe trazia uma boa renda. Suas tardes e dias chuvosos, ele passava martelando os caixilhos, enquanto planejava as revisões das 80 colmeias espalhadas em municípios com Cruz Alta, Boa Vista do Cadeado e Jóia.
Em 2023, diagnosticado com pólipos no intestino, se submeteu a uma delicada intervenção cirúrgica e ficou hospitalizado por três meses. Perdeu cerca de 30 quilos. Dona Neli, sua esposa de 74 anos, atendeu a banca da feira e lhe cuidou até que retomasse a velha rotina que lhe dava muita satisfação. Ele estava confiante até que a doença retornou e lhe provocou uma hemorragia interna e uma baixa emergencial, na quarta, vindo a óbito na sexta.
Seu Beck foi motivo de uma reportagem na edição especial comemorativa ao “Dia do Colono e do Motorista”, que circulou em 25 de julho deste ano – nas páginas do jornal DIÁRIO SERRANO. Foi o registro de uma experiência de vida, desses personagens que lutam por toda uma existência, deixando um legado para inspirar as novas gerações. Seu orgulho foi construir com muito trabalho e dedicação uma marca, que nasceu daquele projeto sonhado quando deixou o Cadeado e se radicou em Cruz Alta. Sábado (dia 26/10), às 10h, o féretro de Adonildo seguiu o caminho inverso, para sepultamento e descanso eterno, na terra que lhe viu nascer.
Com informações do Jornalista Luiz Ronaldo Corrêa Pinheiro
Paulinho Barcelos
Rádio Jornalismo – Rádio Cruz Alta
Grupo Pilau de Comunicações
