Publicada em 18/04/2024
A Organização Mundial da Saúde (OMS) expressou nesta quinta-feira(18), "enorme preocupação" com a crescente propagação da cepa H5N1 da gripe aviária para outras espécies, incluindo o ser humano. "Isto continua sendo, acredito, uma enorme preocupação", declarou Jeremy Farrar, diretor científico da agência de saúde da ONU, em uma entrevista coletiva em Genebra.
A principal inquietação é que o vírus H5N1 está se
adaptando para a transmissão entre humanos. E o vírus tem "uma taxa de
mortalidade extraordinariamente elevada" entre as pessoas infectadas
por contato com animais.
Entre o início de 2023 e 1º de abril de 2024, a
OMS registrou 889 casos em seres humanos de gripe aviária em 23 países, com 463
óbitos. O número representa uma taxa de mortalidade de 52%.Atualmente,
não há caso registrado de transmissão do H5N1 entre humanos.
Segundo o cientista da OMS, a cepa A (H5N1) virou uma "pandemia
zoonótica animal global".
Para Farrar, a "grande preocupação é que, ao
infectar patos e galinhas, e cada vez mais mamíferos, este vírus evolua"
e depois desenvolva a "capacidade de passar de humano para
humano".
Um caso que gerou preocupação foi o anúncio no início de
abril da detecção de um caso de gripe aviária em uma pessoa infectada por uma
vaca leiteira no Texas, Estados Unidos.
"Quando chega à população de mamíferos,
está se aproximando dos humanos", disse Farrar. "É
realmente preocupante."
O diretor da divisão científica da ONU pediu o reforço da
vigilância e dos registros. Ele explicou que é muito importante saber quantas
infecções acontecem entre humanos, pois é neste espaço que pode acontecer uma
adaptação do vírus. "É uma coisa trágica de dizer, mas se eu for
infectado com H5N1 e morrer, este é o fim do caso. Se eu circular pela
comunidade e infectar outra pessoa, então começa o ciclo", destacou.
Farrar mencionou esforços para desenvolver vacinas e
tratamentos contra o H5N1 e ressaltou a necessidade de garantir que as
autoridades de saúde regionais e nacionais de todo o mundo tenham a capacidade
de fazer o diagnóstico.
Com informações do Correio do Povo/ OMS
Paulinho Barcelos
Rádio Jornalismo – Rádio Cruz Alta