Publicada em 11/01/2024
Tombamento de plantas, falta de uniformidade e alta incidência de doenças fúngicas em lavouras de milho semeadas com uma variedade considerada de alta tecnologia está preocupando agricultores de diferentes regiões do Estado. Depois de receber relatos sobre o problema, a Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag/RS) vistoriou áreas esta semana e colheu amostras para serem analisadas, para tentar identificar as causas da debilidade. “O maior problema está com uma cultivar que é para ser um milho de ponta, que custa em torno de R$ 1,5 mil a saca de sementes, mas está dando muito problemas”, disse o vice-presidente da Fetag/RS, Eugênio Zanetti, que percorreu lavouras na terça-feira no município de Não-Me-Toque, no Planalto Médio gaúcho.
Conforme Zanetti, notícias de ocorrências similares chegam de todo o Rio Grande do Sul. “É uma região muito grande. Em praticamente todo o Estado temos relatos dessa variedade dando problemas”, afirmou. Não há estimativa da área afetada, mas Zanetti disse que a cultivar é uma das mais utilizadas e foi comprada no mercado pelos agricultores. “Os produtores estão indignados. Depois de três anos de estiagens, agora que era para ter uma safra cheia, porque está chovendo bem, mas vemos lavouras da mesma área com produção de 250 sacos de milho por hectare e de 25 a 30 sacos naquelas com essa variedade”, afirmou.
O vice-presidente da Fetag/RS vistoriou as plantações acompanhado do agrônomo Adrik Richter, da Fetag/RS, da pesquisadora da Embrapa Trigo Jane Rodrigues de Assis Machado e do presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Não-Me-Toque, Maiquel Junges. Conforme a Fetag/RS, o cenário de perdas não se repetiu em áreas semeadas com outras variedades na região. Amostras de plantas com sintomas de tombamento, que ocorre principalmente no final do ciclo, foram coletadas e serão enviadas para análises na unidade da Embrapa Milho e Sorgo, em Minas Gerais.
Zanetti disse que a entidade aguardará o resultado da avaliação antes de tomar qualquer providência de responsabilização da empresa fornecedora da cultivar. “Devemos averiguar o questionamento dos agricultores em relação a esse quadro que se manifestou em apenas uma variedade específica, mesmo quando submetida aos mesmos tratamentos das demais cultivares utilizadas na região”, disse.
Com Informações do Correio do Povo / Fetag
Paulinho Barcelos
Rádio Jornalismo – Rádio Cruz Alta
Grupo Pilau de Comunicações