Publicada em 08/01/2024
Embora a intensidade do fenômeno El Niño tenha começado a estabilizar em dezembro de 2023, no que a meteorologia considera ser o seu ‘pico de força’, os impactos no clima, no Rio Grande do Sul, ainda devem durar alguns meses, o que deve afetar a safra de grãos 2023/2024 até o período de colheita, no final do verão e no começo do outono.
Para a meteorologista da MetSul, Estael Sias, as plantações
de soja, milho e arroz irão se desenvolver sob mais chuva que nos últimos
verões, mas com grande variação de volumes de um ponto para outro. “Não
haverá extremos de chuva em áreas muito amplas como na primavera, mas, sim,
chuvas torrenciais, concentradas, isoladas e passageiras”, projeta. “O
pior para o campo já passou e foi na semeadura”, enfatiza.
De acordo com ela, algumas áreas do Estado podem até se
ressentir da falta de chuva mais abundante no restante deste verão, mas a
situação será atenuada pelos altos índices de umidade no solo pela chuva
excessiva dos últimos meses.
O Conselho Permanente de Agrometeorologia Aplicada do Rio
Grande do Sul (Copaaergs) indica que as temperaturas elevadas de janeiro e
fevereiro devam ocorram especialmente nos municípios da Metade Norte do Rio
Grande do Sul. “Nesse período, ar quente e úmido será uma constante, o que
leva a condições de abafamento”, detalha o boletim trimestral do colegiado.
Já os eventos de precipitação intensa, com aglomerados de
nuvens de tempestade, rajadas de vento e granizo, podem se formar,
principalmente, em áreas do Oeste e nas regiões de fronteira entre o Brasil com
o Uruguai e Argentina.
A meteorologista da MetSul afirma que janeiro terminará com
temperatura perto ou abaixo da média em grande parte do Estado, sem repetir as
poderosas ondas de calor de 2022 e 2023, embora vários dias sejam de altas
temperaturas. Ela acrescenta que fevereiro e março devem ter mais dias quentes.
Para o período de colheita da safra de verão são esperadas
chuvas mais abrangentes. “Normalmente, com El Niño, a chuva atinge o seu
máximo na primavera, diminui no verão e volta a aumentar, às vezes com
excessos, no outono”, destaca Estael Sias.
O Copaaergs projeta o fim do El Niño para maio, enquanto a
MetSul prevê entre os meses de abril e maio.
Com Informações do Correio do Povo/ Metsul
Paulinho Barcelos
Rádio Jornalismo – Rádio Cruz Alta
Grupo Pilau de Comunicações