Publicada em 27/09/2023
A economia do Rio Grande do Sul registrou alta de 2,3% no segundo trimestre de 2023 na comparação com o trimestre anterior. A apresentação do Produto Interno Bruto (PIB) ocorreu nesta terça-feira (26/9), com abertura realizada pelo secretário adjunto da Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG), Bruno Silveira.
Os dados indicam um desempenho superior ao registrado no
Brasil no mesmo período (cujo aumento foi de 0,9%), puxado pelos números
positivos da agropecuária (4,1%) e da indústria (3,3%). Os dois segmentos
tiveram resultados acima dos do país (-0,9% e 0,9%, respectivamente) enquanto
os serviços, que completa a lista dos grandes setores da economia, registrou
números semelhantes aos nacionais (0,4% no RS, 0,6% no país).
Na comparação com o mesmo trimestre de 2022, a alta no
Estado foi de 7,5%, enquanto no Brasil o crescimento chegou a 3,4%. Os
resultados referentes ao segundo trimestre do ano foram divulgados pelo
Departamento de Economia e Estatística (DEE), vinculado à SPGG.
"O desempenho no segundo trimestre do ano
mostra que a economia gaúcha voltou a crescer, superando as adversidades
causadas por duas estiagens seguidas. O resultado positivo, acima do obtido
pelo país, demonstra a resiliência do Estado e indica que a política econômica
do governo está recolocando o Rio Grande do Sul no caminho do
desenvolvimento", avalia a secretária de Planejamento,
Governança e Gestão, Danielle Calazans. Ela lembra que o próximo trimestre
deverá apresentar um novo desafio, pois será impactado pelos efeitos climáticos
adversos que resultaram em prejuízos aos municípios gaúchos.
No acumulado do primeiro semestre de 2023, o PIB do RS
cresceu 4,5% em relação ao período de janeiro a junho do ano anterior, com
destaque para a expansão na agropecuária (29,8%) e nos serviços (3%). A
indústria apresentou retração de 5,9%. No país, na mesma base de comparação, a
economia registrou alta de 3,7% nos seis primeiros meses do ano.
"Em geral, os números positivos da
economia estadual neste primeiro semestre foram puxados pela recuperação, ainda
que parcial, da agropecuária e pelo bom desempenho agregado dos serviços.
Embora tenha tido alguma recuperação na margem, no segundo trimestre em relação
ao primeiro, a indústria tem apresentado dificuldades ao longo de 2023,
notadamente a indústria de transformação",
explicou o chefe da Divisão de Análise Econômica do DEE, Martinho Lazzari.
COMPARAÇÕES
Ainda que tenha sido afetado por nova estiagem no início de
2023, o impacto da falta de chuvas nas lavouras do Estado foi menor do que o
registrado em 2022. Com isso, a agropecuária apresentou a maior expansão (44%
contra 17% no Brasil) entre os segmentos da economia no segundo trimestre em
relação ao mesmo período de 2022. A recuperação na produção de soja (36%) e
milho (31,8%) impulsionou a alta nos números.
Na comparação do trimestre com os mesmos meses de 2022, a
indústria foi o único entre os grandes segmentos a apresentar queda no PIB no
RS (-5% contra +1,5% no país). A queda mais expressiva em termos percentuais
foi nas indústrias da área de eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana
(-12,6%). No entanto, a principal influência na taxa final do segmento foi a da
indústria de transformação, a mais representativa do setor no Estado, com queda
de 4,8%.
Entre as principais atividades da indústria de
transformação, os maiores pesos negativos vieram dos produtos derivados do
petróleo e biocombustíveis (-10,3%); produtos de metal, exceto máquinas e
equipamentos (-20,3%); e das máquinas e equipamentos (-8,8%). Entre as
principais altas estão as atividades de produtos químicos (5,1%), bebidas
(12,3%) e produtos do fumo (7,1%).
Nos serviços, a variação foi positiva em 2,6% no segundo
trimestre, contra 2,3% do país. Os destaques no segmento foram as atividades de
intermediação financeira e seguros (9%), serviços de informação (5,6%) e
transportes, armazenagem e correio (3,9%). Os números do comércio, com queda de
1,3% em relação a 2022, representaram exceção no segmento.
Entre as atividades comerciais, o segmento de veículos foi
o principal destaque do período (25,3%), no qual também apresentaram
crescimento as vendas de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos de
perfumaria e cosméticos (8,2%); hipermercados, supermercados, produtos
alimentícios, bebidas e fumo (1,4%); e material de construção (0,1%).
Nas baixas, os maiores impactos vieram das atividades de
comércio de outros artigos de uso pessoal e doméstico (-15,2%); combustíveis e
lubrificantes (-6,6%); e tecidos, vestuário e calçados (-13,1%).
QUATRO TRIMESTRES
Nos números acumulados dos últimos quatro trimestres (do 3º
tri de 2022 ao 2º tri de 2023), o PIB do RS apresentou alta de 1,5%. No Brasil,
o acumulado chegou a 3,2%.
Com informações do Governo do Estado do RS
Paulinho Barcelos
Rádio Jornalismo – Rádio Cruz Alta
Grupo Pilau de Comunicações