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Estiagem: entrevista com a Engenheira Agrônoma Larissa Reis

Publicada em 11/01/2022

  • Estiagem: entrevista com a Engenheira Agrônoma Larissa Reis

Na manhã da última quinta-feira (06) o Programa Ponto Crítico recebeu a Engenheira Agrônoma da Emater de Cruz Alta, Larissa Reis, para conversar sobre a estiagem que afeta o Estado do Rio Grande do Sul, principalmente as regiões Norte, Nordeste, Serra e Noroeste, e sobre os efeitos nas culturas do Milho e da Soja para os agricultores de Cruz Alta.

Já são 157 cidades com decretos de emergência pela falta de chuva no Rio Grande do Sul, de acordo com a Defesa Civil.

Cruz Alta decretou no dia 21 de dezembro situação de emergência nas áreas do município afetadas pela estiagem. Ainda não teve relato de pedidos de ajuda de água para consumo humano e dos animais.

 “As culturas foram bastante impactadas com essa estiagem que estamos enfrentando desde o inicio de novembro, com chuvas abaixo da média. No último levantamento feito nos meses de novembro e dezembro, Cruz Alta teve apenas 77 milímetros de chuva. E o normal para cada um desses meses é chover em torno de 120 a 130 milímetros. O problema se agrava, pois quando chove é mal distribuído e são irregulares.” Explica Larissa.

CULTURA DO MILHO

A cultura do milho pegou o período mais crítico da estiagem, ocorrendo grandes perdas, principalmente o Milho sequeiro.

Cruz Alta tem em torno de 5.900 hectares de plantação de milho, mas só em torno de 1.400 hectares é de plantação de milho sequeiro, alcançou uma perda de entorno de 80% a 90%.

Já o milho irrigável não teve uma perda considerável, em torno de 20%, mas teve o seu potencial produtivo reduzido.

 

CULTURA DA SOJA

A soja teve problemas no atraso de plantio e em algumas lavouras ocorreram o replantio das sementes. Todas as áreas já estão plantadas em Cruz Alta e já chegam a 92 mil hectares de áreas plantadas.

A engenheira ressalta que ainda não é possível ver com clareza as perdas que a falta de chuva causou na cultura da soja, pois “A questão é muito diversa, não é só a questão da chuva no município, depende do ciclo que a cultura esta naquele momento, e de vários outros fatores. Mais para frente será possível identificar as perdas”.

“Assim como tem algumas lavouras pontuais que estão bem complicadas, tem outras lavouras pontuais que estão bem, que tiveram chuva quando precisou.” E que por conta do atraso no plantio a maioria das áreas estão no inicio do desenvolvimento.

PRAGAS

Alguns insetos se beneficiam com o tempo seco, como os ácaros e tripes e acabam aparecendo mais, é preciso ficar atento, pois são insetos pequenos e precisam ser monitorados porque em grandes populações podem causar perdas significativas.

LEITE

Com a perda na cultura do milho, e a silagem com menos nutrientes e com a pastagem muito seca, ocorre um efeito dominó afetando a produção do leite.

 “A produção do leite é quase que imediatamente afetada porque se a vaca já não come bem em um dia, no outro ela já produz menos leite. Em levantamento feito pela Emater com vários agricultores produção diária de leite já diminui, em média, 50%”.

Já fazem seis anos que o Emater realiza uma pesquisa detalhada da cadeia produtiva do leite no estado e é observado ano a ano a redução de produtores, entre 30% a 40%. Não é reduzido a quantidade de leite da produção.

O município de Cruz Alta tem menos de 50 produtores que entregam leite para a indústria.

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