Publicada em 21/10/2021
Depois de testarem os dois lados da tabela e de registrarem algumas baixas até consideráveis, as commodities agrícolas todas e mais o petróleo encerraram a quarta-feira (20) com bons ganhos nas bolsas internacionais. Entre os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago, as altas foram de mais de 1%, ou variaram entre 17,50 e 18,50 pontos nos contratos mais negociados. Assim, o novembro termina o pregão com US$ 12,45 e o maio/22, US$ 12,73 por bushel.
Nos derivados de soja, as altas também foram boas. Os ganhos do farelo foram de mais de 1%, chegando a 1,80% no dezembro, que terminou os negócios com US$ 328,40 por tonelada curta. Já no óleo, altas de 2,65% a 3,70%, levando o contrato dezembro/21 a 64,70 cents de dólar por libra-peso. Ainda em Chicago, altas de quase 2% no milho e no trigo e, na Bolsa de Nova York, avanço liderado pelo algodão, que fechou com altas superiores a 2,1%, e o contrato dezembro/21 fechando com 110,73 cents de dólar por libra-peso.
"Muita volatilidade nos mercados agrícolas. E hoje, uma presença menos maciça dos fundos vendendo suas posições", explicou o diretor comercial da Agrosoya e da Novo Rumo Commodities, Mário Mariano, em entrevista ao Notícias Agrícolas.
O mercado segue muito atento ao comportamento da demanda, principalmente por parte da China, e sabe que as baixas recentes pode atrair ainda mais a nação asiática às compras nos Estados Unidos. Os chineses ainda precisam adquirir bons volumes da oleaginosa até o final deste ano para estarem bem abastecidos e deverão concentrar estas importações de soja disponível nos EUA, onde, ao menos por enquanto, os preços são mais atrativos.
No entanto, ainda segundo Mariano, os custos elevados de logística e os desdobramentos da crise energética na China podem limitar o ritmo das compras chinesas nos EUA por agora.
Para a Pátria Agronegócios, o gigante asiático deverá apresentar uma retomada mais intensa da demanda chinesa, a qual deverá se dividir entre a soja americana e a soja brasileira, e os EUA deverão liderar o quadro ao menos neste último trimestre, quando possuem produto mais barato e mais competitivo para os chineses.
"A China não precisa só de soja futura, mas também disponível, física. Em uma estimativa feita na última quarta-feira, a China teria estoques para cerca de 30 dias, então estaria abastecida até meados de novembro (...) E o que vemos é que ela irá concentrar estas compras da mão para boca no solo norte-americano. E em 2022 vai comprar onde estiver barato", explica Matheus Pereira, diretor da consultoria.
Fonte: Notícias Agrícolas