Publicada em 15/09/2020
Apesar de ter parte do contingente funcional
paralisado desde o dia 17 de agosto, os Correios registraram, nas últimas
quatro semanas, mais de 187 milhões de cartas e encomendas entregues em todo o
país.
Após sucessivas tentativas de negociação, os
Correios anunciaram que aguardam decisão judicial sobre a greve para normalizar
as atividades operacionais. Segundo nota divulgada pela empresa, as negociações
estavam sendo feitas desde julho, e visavam preservar a saúde financeira da
estatal com cortes de privilégios e “adequação à realidade do país”. O julgamento da ação de
dissídio coletivo está marcado para a próxima segunda-feira (21).
Em comunicado, os Correios afirmam que os termos
exigidos pelos funcionários para a retomada regular das atividades põem em risco
a economia que vinha sendo aplicada. A empresa registra prejuízo acumulado de
R$ 2,4 bilhões e esperava economizar cerca de R$ 800 milhões ao ano. Segundo a
estatal, esse valor, em três anos, cobriria o déficit financeiro atual.
“É evidente, portanto, que não há margem para
propostas incompatíveis com a situação econômica atual da instituição e do
país, o que exclui de qualquer negociação a possibilidade de conceder
reajustes”, registra a nota.
A empresa lamenta ainda o contexto da pandemia, e
afirma que a explosão do e-commerce –
o comércio eletrônico, que depende exclusivamente do serviço de transporte e
logística para a entrega de mercadorias, – seria uma forma de “alavancar o
negócio em um dos poucos setores com capacidade para crescer neste período.”
Greve
Segundo a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas dos Correios e Similares (Fentect), parte dos trabalhadores decidiu cruzar os braços em protesto contra a proposta de privatização da estatal e pela manutenção de benefícios trabalhistas. Os funcionários pedem ainda reajustes salariais.
Fonte: Agência Brasil