Publicada em 08/07/2020
A Secretaria da Saúde (SES) está mobilizada junto ao
Ministério da Saúde (MS) e a outros órgãos para auxiliar os hospitais públicos
a resolverem o desabastecimento de medicamentos necessários para intubação de
pacientes nas Unidades de Tratamento Intensivo (UTI). A compra do chamado “kit
intubação”, que inclui anestésicos e sedativos, é de responsabilidade dos
próprios hospitais. Porém, de acordo com o coordenador da Política de
Assistência Farmacêutica da SES, Roberto Schneiders, os gestores hospitalares
estão relatando dificuldades em realizar a aquisição desses remédios. “Diante
desse cenário, estamos excepcionalmente nos articulando para que os hospitais
públicos que estão no Plano de Contingência Hospitalar não fiquem
desabastecidos neste momento de pandemia”, relatou Roberto.
A SES aderiu à ata de registro de preço do Ministério da
Saúde, ainda na última semana (2 de julho), manifestando a intenção de compra
de 22 medicamentos com alta demanda no enfrentamento da Covid-19. “Fomos um dos
primeiros Estados a fazer a adesão”, disse o coordenador. O MS fará o processo
licitatório para Estados e capitais. Nesse processo, as empresas ofertam os
medicamentos, e o Estado do Rio Grande do Sul fará a compra, o armazenamento e
a distribuição dos anestésicos para 296 hospitais gaúchos.
Para que a logística funcione a contento, uma vez que
esses remédios não fazem parte da rotina da Coordenação da Política de
Assistência Farmacêutica, a SES está realizando um levantamento do consumo
médio mensal de cada um dos medicamentos e os estoques restantes em cada
hospital. O terceiro levantamento está em andamento no momento e, a partir de
agora, os estoques serão monitorados semanalmente (os primeiros levantamentos
foram realizados em 22 de junho e 2 de julho). Para o armazenamento e
distribuição das caixas, a SES contará com a parceria das Forças Armadas, pelo
Comando Militar do Sul. A ação prevê a aquisição de medicamentos suficientes
para atender a demanda de dois meses.
No Estado, a SES também está fazendo o levantamento de
preços e estoques junto às 194 distribuidoras de medicamentos, com apoio do
Conselho Regional de Farmácia do RS. Caso o mercado nacional não tenha
condições de fornecer os insumos necessários, o Ministério da Saúde e a SES
estão trabalhando com a possibilidade de realizar a compra no exterior, em
parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e o Ministério da
Saúde do Uruguai.
Ainda, a SES trabalha para sensibilizar os gestores
hospitalares e as entidades representativas do setor a cooperarem entre si,
remanejando estoques de um hospital a outro para suprir a demanda mais
imediata. “É possível ajustar os desabastecimentos pontuais a curto prazo
dentro de cada território por meio de compartilhamento”, pontuou Roberto.
Todas as tratativas tiveram ainda o apoio do Conselho
Nacional de Secretários de Saúde (Conass), do Conselho das Secretarias Municipais
de Saúde (Conasems), do Conselho das Secretarias Municipais de Saúde
(Cosems/RS), de fundações hospitalares e de outras entidades representativas.
Fonte: Saúde RS