Publicada em 18/07/2025
Nesta sexta-feira (18 de julho de 2025), a Polícia Federal deu cumprimento a mandados de busca e apreensão autorizados pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), nas residências e no escritório do ex-presidente Jair Bolsonaro em Brasília. Na mesma decisão foram impostas medidas cautelares rigorosas, que incluem: uso obrigatório de tornozeleira eletrônica, recolhimento domiciliar das 19h às 7h e durante finais de semana, proibição de uso de redes sociais e vedação de contato com diplomatas estrangeiros, embaixadas e outros investigados, incluindo seu filho Eduardo Bolsonaro
Durante as buscas, agentes apreenderam cerca de US$ 14 mil em espécie e um pen drive oculto na residência. A operação também incluiu a fiscalização das instalações do Partido Liberal, ao qual Bolsonaro é filiado
Reações de Bolsonaro e aliados
Bolsonaro classificou as medidas como “suprema humilhação”, repetindo o termo em diversas ocasiões ao instalar a tornozeleira na sede da Secretaria de Administração Penitenciária de Brasília. Ele negou qualquer plano de fuga, apesar de ter passado duas noites em 2024 na embaixada da Hungria após ter o passaporte apreendido pela PF
Parlamentares bolsonaristas, como Eduardo Bolsonaro, Sóstenes Cavalcante, Carlos Jordy e Carol de Toni, criticaram a ação, classificando-a como “perseguição política” e “injustiça”, afirmando que medidas foram aplicadas mesmo sem condenação ou provas concretas
Apoio da esquerda e repercussão internacional
De outro lado, líderes de esquerda como Gleisi Hoffmann (PT), Guilherme Boulos (PSOL), Lindbergh Farias (PT-RJ) e outros comemoraram a ação como um passo decisivo para responsabilização de quem tentou minar a democracia no país. Expressaram que o cerco jurídico ao ex-presidente se intensifica, resumindo a operação como um "grande dia" para a justiça brasileira
A imprensa internacional destacou a operação como um marco na crise política e diplomática entre Brasil e Estados Unidos. Veículos como The Guardian, Reuters, El País, NYT e FT destacaram que as medidas foram motivadas pelo “risco de fuga” e que foram adotadas em meio a pressão do governo Trump, que declarou que o processo contra Bolsonaro era uma “caça às bruxas” e impôs tarifas de 50% sobre produtos brasileiros em retaliação
Contexto legal e próximos passos
Bolsonaro é réu em ação penal liderada pelo STF que apura uma tentativa de golpe de Estado após a eleição de 2022. Ele e outros 36 investigados foram formalmente acusados pela Polícia Federal por crimes como organização criminosa e obstrução de justiça. A Procuradoria-Geral da República já requisitou penas que podem atingir mais de 40 anos de prisão
Há expectativa de que o julgamento seja concluído entre agosto e setembro de 2025, quando poderão ser definidas as sentenças.
Com informações dos sites G1/UOL/Infomoney /Foto- Agência Brasil- Antônio Cruz
Paulinho Barcelos
Rádio Jornalismo – Rádio Cruz Alta
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