Publicada em 22/05/2025
A concessão da Malha Sul, operada pela Rumo Logística no Rio Grande do Sul, enfrenta crescente oposição de entidades do setor produtivo e autoridades estaduais. Com contrato vigente até 2027, a empresa é alvo de críticas devido à redução da malha ferroviária ativa e à falta de investimentos em manutenção e modernização.
Desde 1997, a extensão operacional da ferrovia no estado caiu de 3.150 km para aproximadamente 1.650 km, segundo dados das federações Fecomércio-RS, Fiergs e Farsul. As entidades apontam que a ausência de investimentos e programas de manutenção preventiva resultou no sucateamento de ramais e equipamentos rodantes.
O vice-governador Gabriel Souza também expressou preocupações quanto à atuação da Rumo Logística, especialmente após as enchentes que afetaram a malha ferroviária gaúcha. Em reunião com a Secretaria Nacional de Transporte Ferroviário, Souza propôs a retirada de trechos turísticos da concessão federal para atrair novos investidores e criticou a falta de transparência da empresa.
A Rumo Logística comprometeu-se a apresentar, em cerca de 20 dias, um diagnóstico detalhado dos danos causados pelas enchentes, incluindo as condições gerais e pré-existentes da malha. O documento é aguardado para que o governo estadual possa propor soluções e ações condizentes para o modal ferroviário.
Enquanto isso, o Ministério dos Transportes prometeu uma decisão sobre a concessão até junho. A Rumo Logística apresentou uma proposta formal para reformular a concessão da Malha Sul, manifestando interesse em manter apenas o trecho entre Cruz Alta e o Porto de Rio Grande, considerado o mais rentável da malha gaúcha. A proposta está em análise pela estatal Infra S.A. e, se aprovada, será enviada ao Tribunal de Contas da União (TCU).
A situação atual da malha ferroviária do Rio Grande do Sul destaca a necessidade urgente de investimentos e modernizações para garantir a eficiência do transporte ferroviário no estado. A decisão sobre a renovação ou reformulação da concessão terá impactos significativos na logística e no desenvolvimento econômico da região.
A PROPOSTA DA RUMO
A Rumo Logística, concessionária de ferrovias no Rio Grande do Sul, apresentou uma proposta para devolver parte das linhas, incluindo trechos do norte do estado, como a ligação até Passo Fundo, Santa Rosa, e parte do trecho do centro do estado. A companhia pretende manter apenas o trecho que liga Cruz Alta ao Porto de Rio Grande, via Bagé, que foi menos afetado pela enchente.
Detalhes da proposta da Rumo:
Retorno de trechos:
A Rumo busca devolver uma parte significativa do trecho de ferrovia que opera no Rio Grande do Sul, incluindo os trechos para Passo Fundo, Santa Rosa e boa parte do centro do estado.
Manutenção de trecho principal:
A Rumo planeja manter apenas a linha que liga Cruz Alta ao Porto de Rio Grande, via Bagé, que foi menos prejudicada pelas enchentes e apresenta maior lucratividade para a empresa.
Requisitos para devolução:
A devolução de uma concessão ferroviária exige que a concessionária entregue o trecho em condições semelhantes às que o recebeu, considerando a depreciação natural, e pode envolver pagamento de multas por quilômetro devolvido, segundo uma norma do DNIT e o pagamento de indenizações.
Legislação em vigor:
A legislação exige o pagamento de multas por quilômetro devolvido, chegando a valores altos, o que dificulta a devolução.
Impacto das enchentes:
A enchente do Rio Grande do Sul causou danos significativos a diversas ferrovias, levando a Rumo a buscar a devolução de parte do trecho concedido.
Contexto da situação:
Proposta da Rumo:
A Rumo apresentou a proposta de devolução de parte das linhas como uma estratégia para lidar com a situação após as enchentes, buscando otimizar seus investimentos e manter a operação no trecho menos afetado.
Negociação com o governo:
A Rumo está negociando com o governo federal e as autoridades competentes a respeito da proposta de devolução, que pode envolver ajustes contratuais e a definição de valores a serem pagos pela empresa.
Futuro das ferrovias:
O futuro das ferrovias no Rio Grande do Sul, especialmente nos trechos devolvidos, ainda é incerto e depende das negociações entre a Rumo, o governo e outros interessados.
Com foto do Portal de Notícias
Paulinho Barcelos
Rádio Jornalismo – Rádio Cruz Alta
Grupo Pilau de Comunicações