Publicada em 05/08/2022
O apresentador e humorista Jô Soares morreu na madrugada
desta sexta-feira (5) aos 84 anos em São Paulo. Ele estava internado no
Hospital Sírio Libanês. O falecimento de Jô foi comunicado por Flavia Pedras,
ex-mulher do apresentador, pelo Instagram. A causa da morte, entretanto, não
foi informada.
Na postagem, Flavia diz que Jô Soares morreu "cercado
de amor e cuidados" e que o funeral será restrito aos familiares e amigos.
A informação foi confirmada em nota pela assessoria de imprensa do Hospital
Sírio-Libanês.
José Eugênio Soares nasceu no Rio de Janeiro no dia 16 de
janeiro de 1938. Além de apresentador de televisão e humorista, Jô foi
escritor, diretor e ator.
Sua estreia na televisão foi em 1956, aos 18 anos, no
programa Praça da Alegria, da Rede Record, onde trabalhou por 10 anos. Na TV
Globo, estreou em 1971 no humorístico Faça Humor, Não Faça Guerra. Já seu
primeiro programa foi Viva o Gordo, que estreou em 1981 e ficou no ar até o
final de 1987.
Ele deu início à carreira como apresentador no SBT com o
programa Jô Soares Onze e Meia, que foi ao ar entre 1988 e 1999. Em 2000,
estreou, na Rede Globo, o Programa do Jô, encerrado em 2016. O programa é considerado, até hoje, um dos
mais famosos talk-shows do Brasil. Desde 2016, era o ocupante da a cadeira
número 33 da Academia Brasileira de Letras.
Há quatro anos, lançou sua autobiografia, O Livro de Jô —
Uma Autobiografia Desautorizada, com texto de Matinas Suzuki Jr., em que
contava passagens de uma vida fantástica — de adolescente de família rica que
vivia no hotel Copacabana Palace e estudava na Suíça ao início da carreira de
ator com os típicos perrengues. Foram dois volumes no total, mostrando Jô como
testemunha de grande parte da cultura brasileira. Em 2019, o livro ganhou uma
adaptação para o teatro, batizada de O Livro ao Vivo.
— Sou a soma do que devo aos meus pais, Mercedes e Orlando,
e também aos meus amigos — contou ele, em entrevista na época. — O livro é
fruto do conjunto desses encontros.
O jovem Zezinho, como era conhecido, sonhava em ser
diplomata e, como preparação nos estudos, tornou-se poliglota, sendo fluente em
cinco idiomas: português, inglês, francês, italiano e espanhol, além de arriscar
com certo talento o alemão.
Já o autor Matinas Suzuki Jr. entregou em conversa com o
jornal O Estado de São Paulo:
— As lembranças mexeram com ele. Muitas vezes, além de
chorar, Jô interrompia a conversa para telefonar para a pessoa da qual
falávamos.
Muito lembrado pela carreira na televisão, Jô Soares deixa
uma obra de pelo menos 10 livros, tendo O Xangô de Baker Street, de 1995, que
virou filme, e O Homem que Matou Getúlio Vargas, de 1998, como os mais
populares. Em 2005, lançou Assassinatos
na Academia Brasileira de Letras, da qual passou a fazer parte anos depois.
Dos seus personagens mais inesquecíveis, datados desde os
tempos de Viva o Gordo, integram a lista tipos como Bô Francineide e sua
pornô-mãe, interpretada por Henriqueta Brieba; Venturoso, enviado por Portugal
para avaliar a ex-colônia; Vovó Naná, velhinha que queria trabalhar na
televisão; Zé da Galera, que ligava de um orelhão para dar palpites na seleção
dirigida por Telê Santana; Ciça, a rechonchuda do quadro Vamos Malhar?; e o
Capitão Gay, super-herói parceiro de Carlos Suely.
Com informações - GZH
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