Publicada em 10/06/2022
A Secretaria da Segurança Pública (SSP) divulgou nesta
quinta-feira (9) os dados da criminalidade no Rio Grande do Sul referentes ao
mês de maio. Os homicídios tiveram redução de 5,3% na comparação com o mesmo
período do ano passado. Os latrocínios — que são roubos com morte —, por sua
vez, apresentaram estabilidade. Houve, no entanto, um aumento de 42,9% no
número de feminicídios, que são as mortes de mulheres por questões de gênero.
Os homicídios tiveram queda de 132 para 125 assassinatos em
maio, o menor total para o mês desde 2007. Na Capital, os homicídios caíram
pela metade (51,9%) na comparação com o mesmo período do ano passado, passando
de 27 vítimas para 13 — é o número mais baixo para maio desde 2010.
Oito dos 23 municípios priorizados pelo programa RS Seguro,
iniciativa do governo estadual para o combate ao crime, terminaram maio sem
homicídios: Cachoeirinha, Capão da Canoa, Esteio, Guaíba, Ijuí, Lajeado,
Sapucaia do Sul e Tramandaí. Em Cachoeirinha, esse foi o quarto mês consecutivo
em que o indicador ficou zerado. Isso também ocorre em Guaíba desde março, e,
nos últimos dois meses, em Esteio, Ijuí e Lajeado. Das 23 cidades do programa,
16 terminaram maio com queda ou estabilidade no número de assassinatos.
Em relação ao número de roubos com morte, o Estado repetiu o
número do mesmo mês do ano passado — três casos, continuando como o menor total
já registrado para o período em toda a série histórica, que teve início em
2002.
Entre os crimes contra a vida, maio evidenciou mais uma vez
a dificuldade no combate aos feminicídios. O número de mulheres assassinadas em
razão do gênero subiu de sete, em maio de 2021, para 10, neste ano — uma alta
de 42,9%. Conforme a SSP, somente duas das 10 vítimas contavam com medida
protetiva de urgência vigente. Todos os feminicídios foram cometidos pelo
companheiro ou ex-companheiro. Em 80% dos casos, os agressores possuem algum
antecedente policial — quatro foram presos e três cometeram suicídio.
Para as autoridades, o perfil dos envolvidos nas mortes de
mulheres em contexto de gênero reforça a urgência do engajamento social para
levar aos círculos de convivência familiar, de trabalho, de amizade e
vizinhança a conscientização sobre a importância das denúncias de qualquer
suspeita de abuso.
— Mais um mês verificamos os homicídios, os crimes violentos
e letais, sendo reduzidos, indicadores que mostram diminuição constante —
comenta o secretário da Segurança Pública, Vanius Cesar Santarosa. — Mas,
infelizmente, neste mês de maio, percebemos um aumento nos feminicídios. Esse
crime é muito difícil de ser combatido pelas forças do Estado. Mas para que o
Estado possa atuar e reduzir esses indicadores há a necessidade de que as
pessoas que estão sofrendo os maus-tratos façam essas informações chegar à
segurança pública.
Nos demais indicadores de violência contra a mulher, os
destaques em maio são a redução em 309 dos casos de ameaça frente ao mesmo mês
do ano passado e o aumento das tentativas de feminicídio que, na mesma
comparação, passaram de nove para 24 casos.
Crimes patrimoniais
Houve queda recorde na maioria dos crimes patrimoniais em
maio na comparação com o mesmo período de 2021. As reduções mais expressivas
ocorreram nos roubos a transporte coletivo e nos ataques a banco.
O número de ataques a banco (soma de furtos e roubos) teve
uma retração de 40%, caindo de cinco para três. Já os roubos a transporte
coletivo tiveram o menor número de ocorrências para o mês desde o início da
contabilização mensal, em 2012 — em
maio, foram 65 casos, frente a 79 no mesmo período do ano passado, uma redução
de 17,7%.
Entre os roubos de veículos, houve pequena alta (5,2%) em maio, com 20 casos a mais na comparação com o mesmo mês de 2021, de 382 para 402 ocorrências. Na Capital, cidade com maior representatividade nesse indicador, concentrando quase metade de todas as ocorrências, os roubos ficaram praticamente estáveis, mantendo-se no menor nível para o mês desde que teve início a contagem por município, em 2012. Foram 153 casos, dois a menos do que em maio de 2021, representando uma redução de 1,3%.
Outro crime que apresentou redução recorde foi o abigeato, furto de gado. O número caiu 28,4%, de 472 casos em maio de 2021 para 338 neste ano. A marca é a menor da série histórica.
Com informações - GZH
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