Publicada em 27/05/2022
O jornalista David Coimbra morreu nesta sexta-feira (27),
aos 60 anos, em Porto Alegre. Ele estava internado desde domingo (22) no
Hospital Moinhos de Vento para tratar um câncer no rim descoberto em 2013.
David deixa a esposa, Márcia, e o filho, Bernardo, de 13 anos.
Desde 2013, o jornalista transitava entre Boston, nos
Estados Unidos, e o Brasil, para realizar tratamento experimental contra a
doença. O câncer foi tema do último livro de David Coimbra, "Hoje eu venci
o câncer", lançado em 2018, no qual o jornalista relata como descobriu e
quais métodos o ajudaram no tratamento.
Formado pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande
do Sul (PUCRS). Durante a faculdade, trabalhou como assessor de imprensa da
Livraria e Editora Sulina, redigindo resenhas de livros, entrevistando autores
e acompanhando escritores em suas visitas ao Rio Grande do Sul. Passou por mais
de 10 redações no Sul do Brasil, entre elas: Correio do Povo, Diário
Catarinense, Jornal da Manhã (Criciúma), Jornal NH, Jornal de Santa Catarina,
rádio Eldorado (SC), rádio Guaíba e RCE TV (SC).
Nos anos 1990, assumiu como editor de Esportes de Zero Hora
e promoveu uma mudança de forma e conteúdo. Nas reportagens que estimulava sua
equipe a fazer, tão relevante quanto o resultado em campo eram as histórias que
o futebol proporcionava. Também passou a cobrir a Seleção Brasileira, e foi na
Copa de 1998 que estreou a faceta que o tornou mais conhecido: a de cronista.
Atualmente, David escrevia uma coluna diária no jornal Zero Hora e participava
dos programas Timeline e Sala de Redação, na Rádio Gaúcha. No extinto canal TV
Com, era membro frequente dos programas Bate-Bola e Café TV Com.
É autor dos romances 'Canibais - paixão e morte na Rua do
Arvoredo' (2004) e 'Jô na estrada' (2010), dos livros de ensaios históricos
'Jogo de damas' (2007) e 'Uma história do mundo' (2012), das coletâneas de
crônicas 'Mulheres!' (2005) e 'Um trem para a Suíça' (2011), entre outros.
Na crônica Quando Quis Morrer, publicada em 16 de maio, David revive os momentos de sofrimento e relembra o carinho dos incontáveis amigos que agora deixa, dos familiares que tanto cuidaram dele ao longo dos últimos minutos de jogo contra a doença, dos médicos que não pouparam esforço para que um dos mais admirados jornalistas já surgidos no Rio Grande do Sul continuasse por mais tempo a dividir com uma multidão de admiradores suas histórias do IAPI, seu amor pelo esporte, pela boa literatura, pelos chopes cremosos madrugada adentro, por tudo isso que chamamos vida.
No mesmo texto, David conta que o carinho recebido fez com que pudesse viver seus últimos dias novamente de bem com ela, a vida, sabendo aproveitar o que cada momento é capaz de oferecer: "Isso fez bem. Estou de pé, enfim. Meio esfarrapado, mas de pé. Vamos em frente de cabeça erguida. Com um leve tremor ao pensar no futuro. Mas o futuro não é coisa para se pensar. O que existe é o presente e, se o presente pode ser sorvido integralmente, a vida passa a ser boa. E ela é. A vida é boa."
Com informações – GZH e G1
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