Publicada em 22/03/2022
A MetSul Meteorologia alerta para um cenário de alto risco meteorológico no Rio Grande do Sul, no Paraguai e nas províncias argentinas de Corrientes e Misiones nesta quarta(23) e na quinta-feira(24) devido a perspectiva de chuva volumosa a excessiva em diversas áreas e a probabilidade muito alta de episódios de tempo severo como vendavais e queda de granizo que podem causar danos em alguns pontos.
Trata-se de um complexo cenário meteorológico, mais
comumente observado em meses de final do outono e do inverno, em que no momento
inicial a instabilidade será consequência de uma frente quente e, depois, por
uma frente fria associada a um ciclone extratropical na Argentina e no Rio da
Prata.
Uma área de baixa pressão térmica vai organizar uma frente
quente sobre o Rio Grande do Sul durante a quarta-feira enquanto na Argentina
uma área de baixa pressão começa a se aprofundar.
Na quinta, a baixa pressão se aprofunda muito rapidamente
sobre a província de Buenos Aires e dá origem a um ciclone extratropical.
O ciclone migrará, na sequência, para a área do Rio da
Prata entre as cidades de Montevidéu e Buenos Aires.
Ao mesmo tempo, a frente fria associada ao ciclone avançará
pelo Rio Grande do Sul, o Nordeste da Argentina, Paraguai e demais estados do
Sul do Brasil com chuva e tempo severo.
A frente fria, ao encontrar a massa de ar quente trazida
por uma corrente de jato em baixos níveis sobre o Sul do Brasil gerada pelo
ciclone na Argentina, vai gerar nuvens de grande desenvolvimento vertical.
Estas nuvens vão trazer precipitação com volumes elevados e
ainda os temporais.
QUANDO MUDA
O tempo já começa a mudar nesta terça com aumento de nuvens
e chuva no Oeste, no Centro e em parte do Sul gaúcho. No decorrer da quarta e
no começo da quinta, a instabilidade vai se generalizar com chuva e temporais.
Ainda na quinta, o tempo começa a melhorar a partir do
Oeste e do Sul enquanto na sexta o tempo estará firme em grande parte do Rio
Grande do Sul sob ar mais seco.
VOLUMES ELEVADOS DE CHUVA
Todos os dados analisados pela MetSul convergem para um
cenário de chuva muito volumosa em parte do Rio Grande do Sul, no Sul do
Paraguai, na província argentina de Misiones e no Norte de Corrientes, também
na Argentina.
Os acumulados de precipitação serão expressivos em diversas
cidades devem superar a média de todo o mês de março em apenas dois dias.
Os dados indicam 50 mm a 100 mm em muitos municípios
gaúchos e das áreas de chuva intensa dos países vizinhos, mas a preocupação é
com o indicativo das simulações computadorizadas que em apenas dois dias pode
chover 100 mm a 150 mm em diferentes pontos com acumulados localizados de 150
mm a 200 mm.
TRANSTORNOS
Há potencial para alagamentos e inundações em áreas urbanas
e rurais com subida de rios e arroios pelo grande volume de água que se espera
em tão curto período.
ALTO RISCO DE TEMPORAIS
É alto o risco de tempestades localizadas pela frente
quente e depois no deslocamento da frente fria pelo Sul do Brasil entre esta
quarta e a quinta-feira. Podem ocorrer temporais em diferentes pontos com
elevada incidência de raios, granizo e fortes rajadas de vento.
CICLONE EXTRATROPICAL,UM
EVENTO COMUM
Um ciclone extratropical se forma entre esta quarta e a
quinta no Centro da Argentina, na altura da província de Buenos Aires. Este
sistema vai impressionar nas imagens de satélite de quinta a sexta-feira pela
sua grande dimensão, embora não se preveja que o ciclone seja do tipo bomba na
costa argentina. O ciclone se forma a partir de uma área de baixa pressão na
província de Buenos Aires no final desta quarta e na primeira metade da quinta,
quando começará a ficar evidente nas imagens de satélite a grande espiral de
nuvens.
No Rio Grande do Sul, vento pré-frontal pela corrente de
jato de baixos níveis vai soprar forte do quadrante Norte no final da quarta e
na quinta na Metade Norte, o que deve se verificar também no Oeste catarinense.
No final da quinta e na sexta, o vento ciclônico de Oeste e Noroeste se fará
sentir no território gaúcho com as rajadas mais fortes no Sul e no Leste do
Estado, em regra de 60 km/h a 80 km/h e isoladamente superiores. Ciclones
extratropicais são absolutamente rotineiros no Atlântico Sul, especialmente nos
meses de outono, inverno e primavera. Muitos destes sistemas vão nos impactar
nos próximos meses, trazendo massas de ar frio e episódios de chuva e
temporais, além do vento. O conhecido vento Minuano costuma ocorrer sob a atuação
de um ciclone extratropical.
Acompanhe a previsão completa com mapas no site da Metsul
no link:
METSUL METEOROLOGIA-PREVISÃO COMPLETA
Com Informações da Metsul Meteorologia
Paulinho Barcelos
Rádio Jornalismo – Rádio Cruz Alta
Grupo Pilau de Comunicações