Publicada em 26/12/2021
Um estudo realizado pela UNICRUZ,Universidade de Cruz Alta, tem buscado identificar a fauna silvestre atropelada nas rodovias da região noroeste do Rio Grande do Sul. O monitoramento vem sendo realizado na BR 158/RS, sentido de Cruz Alta/Santa Maria. Entre os dados analisados na pesquisa estão a espécie dos animais, localização e estado da carcaça, quilômetro onde aconteceu o atropelamento, se foi em uma curva, reta ou descida, se há vegetação no entorno ou atividade na região, presença de alimentos na pista e condições climáticas.
O estudo é coordenado pela bióloga e doutora Valeska
Martins, e integram a equipe uma bolsista e mais quatro universitárias
voluntárias do curso de Medicina Veterinária.
Coleta de Dados
A coleta referente aos atropelamentos, é realizada em duas
expedições mensais. Os integrantes da equipe percorrem as rodovias de carro a
uma velocidade média de 60 km/h, nas primeiras horas da manhã, a fim de
observar os animais vitimados no crepúsculo e aurora anteriores à expedição ou
que já tenham sido atropelados em dias anteriores, observando-se diretamente
tanto a rodovia como o acostamento. Quando a equipe encontra um animal
silvestre atropelado, é feito o registro em uma ficha de campo, contendo as
informações da espécie, data, hora, km, coordenadas e altitude. Os animais
também são fotografados para facilitar a identificação.
Acervo Didático
As espécies recolhidas que encontram-se em bom estado, após
identificadas, são taxidermizadas e incorporados ao acervo da coleção didática
do Laboratório de Anatomia Animal da Universidade, para isso a Instituição está
autorizada pela licença Sisbio/77953-1 (autorização específica para atividades
com finalidade científica). A identificação se dá por comparação com a
literatura científica especializada e consulta a especialistas, quando
necessário. Os animais taxidermizados são utilizados nas aulas práticas do
curso de Medicina Veterinária.
Dados coletados
Conforme o estudo, até agora foram registrados na rodovia o
atropelamento de 265 animais silvestres. As espécies mais afetadas, segundo
dados preliminares coletados até agosto, são: o gambá, o zorrilho e o
graxaim. A pesquisa começou a ser feita em março e será finalizada em dezembro
de 2021. De acordo com a coordenadora do projeto o estudo contribui para a
identificação das espécies vitimadas por atropelamentos no noroeste do Estado e
os fatores relacionados com a mortalidade de animais nas rodovias. Além disso,
a partir deste estudo será possível estabelecer ações de conservação a fauna,
principalmente em locais onde possam ocorrer um elevado índice de
atropelamentos, despertando à conscientização e a sensibilização dos condutores
de veículos que utilizam a rodovia.
Atropelamentos no Brasil
No país, a morte de animais silvestres vítimas de
atropelamentos em estradas e rodovias é um problema comum. Dados mostram que a
cada segundo 17 animais silvestres morrem atropelados. De acordo com
estimativas do Centro Brasileiro de Ecologia de Estradas, por ano cerca de 475
milhões de animais silvestres morrem nas estradas brasileiras vítimas de
atropelamento. De janeiro deste ano até o começo de dezembro, já são 445
mil animais atropelados no total, por dia os atropelamentos chegam a
1.300. Entre as regiões com maior
registro de mortes por atropelamento estão as regiões sudeste com 56% e a sul
com 29%.
Com Informações e foto da Unicruz
Paulinho Barcelos
Rádio Jornalismo – Rádio Cruz Alta
Grupo Pilau de Comunicações