Publicada em 03/12/2021
A Polícia Federal deflagrou nesta sexta-feira a operação
Lobos II com o objetivo de desarticular uma rede criminosa que utilizava a
darkweb, o lado obscuro da internet, para a difusão de material de pornografia
infantil no Brasil e em diversas partes do mundo. Estão sendo cumpridos 104
mandados judiciais de busca e apreensão e outros oito mandados de prisão
preventiva, distribuídos em 20 Estados e no Distrito Federal. A ação ocorre
também no Rio Grande do Sul.
Conforme a Polícia Federal, trata-se de uma ação de grande
relevância no combate a este tipo de atividade criminosa, em razão do volume de
material produzido e da periculosidade dos alvos.
Iniciando em 2016, a Polícia Federal estabeleceu parcerias
com forças policiais de diversos países, com o objetivo de identificar
indivíduos que se utilizavam da darkweb para difundir material de pedofilia
infantil. Os criminosos atuavam mediante divisão de tarefas, com arregimentadores,
administradores, moderadores, provedores de suporte de hospedagem, produtores
de material, disseminadores de imagens, entre outros.
O objetivo final era o de produzir e realizar a difusão de
imagens, fotos e comentários acerca de abuso sexual de crianças e adolescentes
e, ainda, alimentar a demanda por esse tipo de material.
A união internacional de esforços permitiu a identificação
de um indivíduo brasileiro que utilizava a deepweb para hospedar e gerenciar
cinco dos maiores sites de abuso sexual infantil de toda a rede mundial de
computadores.
Os sítios e fóruns da darkweb eram divididos por temática,
com imagens e vídeos de abuso sexual de crianças de zero a cinco anos, abuso
sexual com tortura, abuso sexual de meninos e abuso sexual de meninas.
Os sites eram utilizados por mais de 1.8 milhão de usuários,
em todo o mundo, para postar, adquirir e retransmitir materiais relacionados à
violência sexual contra crianças e adolescentes, dando a dimensão da
necessidade do enfrentamento aos principais fomentadores deste tipo de conduta
delituosa.
A Polícia Federal conseguiu então identificar e prender o
principal responsável pelos sites voltados para o abuso sexual de crianças e
adolescentes, em uma ação que foi batizada de operação Lobos.
Na época, o esforço investigativo não foi objeto de
divulgação no escopo de viabilizar prisões de produtores e consumidores deste
tipo de material criminoso e o resgate de crianças vítimas em todo o mundo. A
continuidade das medidas investigativas em sigilo permitiu a identificação e
localização de dezenas de indivíduos no Brasil envolvidos com a produção e
divulgação de material envolvendo abusos sexuais contra crianças e
adolescentes.
Desta forma, a Polícia Federal deflagrou agora a operação Lobos II, visando a identificação e prisão de abusadores sexuais e de consumidores desse tipo de material, bem como localização e o resgate de crianças que se encontram em situação de extrema violência.
Os crimes investigados são a venda, produção, disseminação e armazenamento de pornografia infantil e estupro de vulnerável, sem prejuízo de outros delitos que possam surgir com a continuidade do trabalho policial.
Fonte: Correio do Povo