Publicada em 30/11/2021
A taxa de desemprego atingiu 12,6% no terceiro trimestre
deste ano, o que significa queda de 1,6 ponto percentual na comparação com o
segundo trimestre de 2021. O número de pessoas em busca de emprego no país
recuou 9,3% e, com isso, chegou a 13,5 milhões. Os ocupados tiveram um
crescimento de 4%, alcançando 93 milhões de pessoas. Os dados da Pesquisa
Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) foram divulgados
hoje (30) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Essa é a primeira vez desde o trimestre terminado em abril
de 2020 em que a taxa de desemprego fica abaixo de 13%.
No trimestre encerrado em agosto, a taxa de
desemprego estava em 13,1%, atingindo 13,9 milhões de pessoas, de acordo com os
dados revisados da série do IBGE, que foi reponderada, devido a fatores como a
mudança na forma de coleta de pesquisa durante a pandemia de Covid-19.
Na comparação com o 2º trimestre (14,2%), a taxa de
desemprego recuou 1,6 ponto percentual. No 3º trimestre do ano passado, estava
em 14,9%.
Já o número de desempregados diminuiu 9,3% (menos 1,4 milhão
de pessoas) frente ao trimestre terminado em junho (14,8 milhões de pessoas) e
caiu 7,8% (menos 1,1 milhão de pessoas) na comparação anual.
Para a coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE,
Adriana Beringuy, o crescimento da ocupação no período foi relevante. “No
terceiro trimestre, houve um processo significativo de crescimento da ocupação,
permitindo, inclusive, a redução da população desocupada, que busca trabalho,
como também da própria população que estava fora da força de trabalho”,
observou.
A população fora da força de trabalho é o contingente daqueles que não estão ocupados e nem buscando emprego. Com o crescimento no número de ocupados, o nível da ocupação, que é o percentual de pessoas em idade de trabalhar que estão no mercado de trabalho, subiu para 54,1%, enquanto no trimestre anterior tinha sido de 52,1%.
Doméstico
De acordo com a coordenadora, dentro desse crescimento, a informalidade representa 54%. Os empregados do setor privado sem carteira assinada (10,2%), que somaram 11,7 milhões de pessoas, estão entre as categorias de emprego que mais cresceram na comparação com o trimestre anterior. No mesmo período, o número de trabalhadores domésticos atingiu 5,4 milhões - o que equivale a uma expansão de 9,2%, o maior desde o início da série histórica da pesquisa, em 2012.
No primeiro trimestre do ano passado, seis milhões de
pessoas eram trabalhadores domésticos. Se considerados apenas os trabalhadores
sem carteira, houve aumento de 10,8%, sendo 396 mil pessoas a mais.
Segundo Adriana Beringuy esse é um processo de recuperação
que já vinha ocorrendo desde junho. “A categoria dos empregados domésticos foi
a mais afetada na ocupação no ano passado e, nos últimos meses, há uma expansão
importante. Embora haja essa recuperação nos últimos trimestres da pesquisa, o
contingente atual desses trabalhadores é inferior ao período pré-pandemia”,
afirmou.
Conta própria
O contingente de trabalhadores por conta própria (3,3%)
também cresceu. As 25,5 milhões de pessoas nessa categoria representam o maior
número desde o início da série histórica da pesquisa. Aí estão incluídos os
trabalhadores que não têm CNPJ, que cresceram 1,9% ante o último trimestre. Com
isso, a taxa de informalidade chegou a 40,6% da população. São 38 milhões de
trabalhadores nessa situação.
Conforme a pesquisa, o crescimento na ocupação também está
relacionado principalmente às atividades de comércio (7,5%), que equivale a
mais 1,2 milhão de trabalhadores; indústria (6,3%), 721 mil pessoas a mais;
construção (7,3%) com 486 mil pessoas a mais; e serviços domésticos (8,9%), com
adição de 444 mil pessoas.
Rendimento
O avanço no número de pessoas ocupadas não veio com
melhorias no rendimento real habitual de todos os trabalhos. Ficou em R$2.459,
uma queda de 4% relativo ao último trimestre e de 11,1% em relação ao terceiro
trimestre do ano passado.
Com o valor de R$223,5 bilhões, a massa de rendimento ficou
estável nas duas comparações. Para a coordenadora, esses números indicam que o
aumento da ocupação foi puxado por postos de trabalho com salários menores. “Há
um crescimento em ocupações com menores rendimentos e também há perda do poder
de compra devido ao avanço da inflação”, completou.