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Aplicativo desenvolvido no RS ajuda pacientes no tratamento contra o câncer

Publicada em 12/10/2019

  • Aplicativo desenvolvido no RS ajuda pacientes no tratamento contra o câncer

Um aplicativo que registra todo tratamento de um paciente com câncer, alerta sobre o uso de medicamentos e interage com o médico de forma rápida, está ajudando milhares de pessoas a enfrentar a doença.

O Tummi foi desenvolvido por oncologistas gaúchos associados a um engenheiro e um arquiteto de software, e já auxilia no acompanhamento de pacientes em todo o Sul do Brasil e em São Paulo.

A médica Alessandra Morelle começou a elaborar a ideia em 2016, em parceria com o também oncologista Carlos Barrios. Eles queriam criar uma plataforma que ajudasse os pacientes a conviver com uma rotina alterada drasticamente com o diagnóstico da doença.

“Me dei conta o quanto é difícil o início, principalmente, e todo o processo da pessoa que não tinha contato [com a doença] e passa a conviver com o diagnóstico. O que precisa ser observado, o que pode ser grave ou não. É um mundo totalmente novo. Sentia a necessidade de usar a tecnologia a favor para ajudá-las a entender isso mesmo quando o médico não está perto”, afirma Alessandra.

O projeto ficou suspenso até que uma paciente dela, Márcia Azevedo — diagnosticada com câncer de mama durante a amamentação — confessou os medos para Alessandra ao lado do marido, o arquiteto de software Evandro Dalbosco. Eles uniram esforços e, associados ao engenheiro Ronaldo Aloise Jr., lançaram o Tummi.

“O paciente tem como registrar o que está sentindo de forma organizada", descreve a oncologista. "Tem todos os parefeitos (efeitos colaterais). A plataforma identifica se é grave e tem que procurar o médico, ou, se não é, tranquiliza [o paciente].”

Há, ainda, outras funcionalidades, como a seção de medicamentos, que avisa se há alguma combinação prejudicial à saúde do paciente, e outras em desenvolvimento.


'Aplicativo fantástico', diz paciente

O aplicativo fez parte do tratamento da funcionária pública Maria Alice Paranhos Marra, de 55 anos, que teve câncer de mama do tipo HER2+, descoberto em um exame de rotina em agosto de 2017. Ela tinha um nódulo no seio direito que tendia a crescer e se disseminar mais rápido do que outros tipos.

Precisou fazer uma mastectomia com esvaziamento da axila, além de oito sessões de quimioterapia. Depois, fez ainda 33 sessões de radioterapia e, desde então, toma um bloqueador hormonal.

No final, descobriu, ao realizar uma investigação genética, que tinha uma mutação que facilitava o reaparecimento do câncer de mama, algo que uma prima também teve. Optou por retirar o outro seio também e colocar uma prótese de silicone.

Maria Alice levou uma rotina extenuante dos últimos anos. A maneira de controlar sintomas, horário de tomar os remédios, agendamento de consultas (e até a ansiedade) foi “terceirizar” o serviço para o app.

“Esse aplicativo é fantástico, porque diariamente colocava como me sentia e semanalmente mandava o relatório para a doutora. Quando chegava à consulta, ela já tinha lido tudo e otimizava o atendimento”, relata Maria Alice.

“Eu me considero livre do câncer, mas a gente nunca sabe. Tem que seguir a vida e continuar se cuidando com os tratamentos que tem hoje em dia.”


Veja o que os desenvolvedores pretendem acrescentar para as próximas versões:

Dashboard: Instalar uma tela interativa nas salas de enfermaria ou de quimioterapia para acompanhar o paciente em tempo real. Quando ele clicar em algum evento grave, imediatamente é disparado um alerta para a equipe de retaguarda, que pode entrar em contato com ele e orientar sobre o que fazer. Já está em fase de aperfeiçoamento para ser implantado em três clínicas.

Chatbot: Serviço de conversa com o paciente, como de bancos e empresas de telefonia. A ideia é que seja feita uma conversa de voz com o aplicativo, para ajudar idosos com dificuldade de ler ou clicar nos ícones, ou qualquer pessoa que não queira digitar. Ainda em desenvolvimento.

Inteligência artificial: Uma ferramenta que compreenda automaticamente a avaliação de gravidade do paciente de forma mais rápida e eficiente. Em desenvolvimento a médio prazo.

Wearables: Serviços para medir temperatura, frequência cardíaca e saturação de oxigênio. Em desenvolvimento a médio e longo prazo.


O Tummi já tem mais de 2 mil downloads de usuários. Ele está sendo usado por médicos e clínicas dos três estados do Sul do Brasil e também no interior do São Paulo.

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