Publicada em 02/08/2021
De 1 a 7 de agosto é realizada a Semana Mundial
do Aleitamento Materno, período em que mundo inteiro estará falando sobre o
tema. Conforme a Nutricionista e Consultora em amamentação do Centro de Saúde
da Mulher e da Criança, Isabel Villa Real, Cruz Alta está no 6º ano consecutivo
trabalhando intensamente em atividades que fortalecem a amamentação.
Sobre a campanha, a profissional salienta que,
infelizmente, ainda permanecemos em meio a pandemia de COVID-19 e, portanto,
não haverá o tradicional encontro na praça Erico Veríssimo, com o Mamaço
Cruzaltense, quando várias mães amamentam seus filhos simultaneamente. “Sabemos
que o distanciamento, o uso de máscara e de álcool gel são necessários para
garantir sobrevivência, saúde e bem-estar para todos os cidadãos”.
Dentro da programação das atividades a serem
realizadas em Cruz Alta, no Agosto Dourado, estão:
- Apresentação da performance do Grupo
Máschara, durante o mês de agosto;
- A partir do dia 4, será colocado em prática,
o projeto “Defensoras da Amamentação em Ação”, onde as defensoras irão visitar
os estabelecimentos comerciais do município para informar e/ou retirar das
promoções, os apetrechos que concorrem com o sucesso do aleitamento materno;
- Apresentação de vídeos com relatos de
experiências de profissionais e mães, contando um pouco da sua realidade.
A IMPORTÂNCIA DO LEITE MATERNO
Somos mamíferos, e o primeiro e mais importante
alimento, segundo a profissional, é o leite materno. Ele é a base da vida,
contribui para a saúde, nutrição, segurança alimentar, trazendo benefícios a
curto e longo para mãe e bebê, família, saúde pública, planeta. Neste ano,
Isabel comenta que o foco é a defesa do aleitamento materno e a comemoração dos
40 anos do Código Internacional de Comercialização dos Substitutos do Leite
Materno instituído pela OMS, tendo como slogan da semana mundial da amamentação
“PROTEGER A AMAMENTAÇÃO: UMA RESPONSABILIDADE DE TODOS”, que se refere a
comercialização de produtos que interferem na prática do aleitamento materno.
No Brasil, felizmente temos a NBCAL, Norma
Brasileira de Comercialização de Alimentos para Lactantes e Crianças de
Primeira Infância, Bicos, Chupetas e Mamadeiras, que foi baseada no Código
Internacional de Mercadização de Substitutos do Leite Materno recomendado pela
Organização Mundial da Saúde em 1979, teve sua primeira versão publicada como
Resolução do Conselho Nacional de Saúde em 1988, foi revista em 1992 e
novamente em 2001/2002, e foi transformada em 3/01/2006 na Lei nº 11.265.
Isabel ressalta que a NBCAL, é um conjunto de
normas que regulam a promoção comercial e a rotulagem de alimentos e produtos
destinados a recém-nascidos e crianças de até 3 anos de idade, como leites,
papinhas, chupetas e mamadeiras. O seu objetivo é assegurar o uso apropriado
desses produtos de forma que não haja interferência na prática do aleitamento
materno, configurando-se como importante instrumento para o controle da
publicidade indiscriminada dos alimentos e produtos de puericultura que
concorrem com a amamentação.
“Fica proibido fazer promoção comercial em
qualquer meio de comunicação, incluindo merchandising, divulgação por meios
eletrônicos, escritos, auditivos e visuais; estratégias de marketing para
induzir vendas ao consumidor no varejo tais como exposições especiais, cupons
de descontos, preços abaixo dos custos, destaque de preços, prêmios, brindes,
vendas vinculadas e apresentações especiais”.
Então, conforme a lei, não se pode fazer
promoção comercial dos seguintes produtos: fórmulas infantis para lactentes; fórmulas
infantis de seguimento para lactentes; fórmulas de nutrientes apresentadas e/ou
indicadas para recém-nascidos de alto risco; mamadeiras; bicos; chupetas e
protetores de mamilo.
“Muitas vezes, quando entramos num
estabelecimento comercial e nos deparamos com promoções destes produtos,
devemos informar o responsável que ele está infringindo a Lei nº 11.265, que
vai ao contrário do incentivo ao aleitamento materno“.
Para Isabel, temos muito ainda que trabalhar,
pois a OMS recomenda que a criança seja alimentada exclusivamente até os 6
meses de vida e complementada até os 2 anos ou mais, mas encontramos o primeiro
impasse. Como amamentar até 6 meses exclusivamente, se a licença maternidade
encerra aos 4 meses?
Uma abordagem de saúde pública sobre o aleitamento materno, onde
governos e outros parceiros trabalhem juntos para criar um ambiente favorável à
amamentação, é um aspecto vital para proteger e apoiar o aleitamento materno.
Essa abordagem deve reconhecer o aleitamento materno como uma responsabilidade
compartilhada e implementar políticas baseada em evidências sobre o que sabemos
que funciona para apoiar o aleitamento materno. Mudanças adequadas na política
e na prática podem fazer uma diferença crítica no cotidiano dos pais de
crianças amamentadas.
“Deixamos o convite para quem quiser contar sua experiência como foi amamentar, para contatar através do telefone 3322-7198”.
Fonte: Prefeitura Municipal de Cruz Alta