Publicada em 08/12/2020
O mercado brasileiro da soja começa a semana com boas notícias
no front da demanda. De acordo com a Pátria Agronegócios, a China voltou a
buscar a oleaginosa nacional. "O mercado em Chicago registra algumas queda
com a confirmação de que importadores chineses estão de volta à procura pela
soja brasileira. As compras são para embarques a partir de 2021", explica
Matheus Pereira, diretor da consultoria.
O
Brasil já não tem mais produto da safra 2019/20 para atender o mercado e, além
de ter a próxima temporada já bastante comprometida, a chegada da nova oferta
deverá se atrasar por conta da irregularidade climática que acometeu as regiões
produtoras do país, principalmente no início do plantio.
E
neste momento, este ainda é um ponto central de especulação para o andamento
das cotações da commodity na Bolsa de Chicago. As condições climáticas começam
a melhorar e, ainda de acordo com informações apuradas pela PÁTRIA, o cenário
começa a melhorar na maior parte das áreas sojicultoras, com um novo corredor
de umidade estabelecido e levando chuvas mais fortes - com volumes de 40 a 120
mm - a estados como São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Tocantins,
norte de Mato Grosso do Sul e o Oeste da Bahia. E essas chuvas deverão durar
até 15 de dezembro
O
ponto de atenção, entretanto, ainda se dá sobre o sul do Brasil, onde uma massa
de ar quente segue limitando as precipitações na região. Condições semelhantes
são observadas para o Noroeste da Argentina, Paraguai e para o Piauí.
"Apesar
de mais 7 a 10 dias de problemas climáticos dispersos por todo continente
sul-americano, as previsões para a segunda metade de dezembro são benéficas,
com rodadas consecutivas de precipitações generalizadas para 95% das regiões
produtoras de soja e milho verão", explica Pereira.
CONCLUSÃO DA SAFRA 2019/20
Números da Secex (Secretaria de Comércio Exterior) divulgados nesta segunda-feira (7) mostraram que as exportações brasileiras de soja foram de apenas 120,4 mil toneladas nos primeiros quatro dias úteis de dezembro. No acumulado do ano, o Brasil chega a 89 milhões de toneladas exportadas, superando todas as projeções iniciais. Em 2019, neste mesmo período, eram pouco mais de 72 milhões.
"No ano passado, o mês de dezembro teve o embarque total de 3,27 milhões
de toneladas. Neste ano, este deverá ser um dos meses mais fracos da historia,
porque já batemos todos os recordes possíveis em 2020 e não sobrou soja para
este final de temporada", explica Vlamir Brandalizze, consultor de mercado
da Brandalizze Consulting.
A
analista internacional de commodities Karen Braun também destaca a falta de
soja no Brasil neste fim de 2020, conclusão da temporada comercial do país em
sua conta no Twitter.
Assim, a tendência é de que os próximos meses sejam de mais
carregamentos de soja norte-americana chegue a China para, na sequência, dar
novamente mais espaço à oleaginosa brasileira, que já volta a atrair os
importadores. Para os meses mais a frente o produto do Brasil, ainda como
explicam analistas e consultores, já se mostra mais barata do que a dos EUA.
"Checando
o tráfego de soja, ou a falta dele. Parece que o Brasil está mesmo ficando sem
grãos. Há alguns anos que o movimento nesta rota não parece tão leve", diz
a especialista referindo-se à imagem abaixo, da empresa Refinitiv Eikon, dos
poucos navios carregando soja neste momento.
Fonte: notícias agrícolas