Publicada em 23/11/2020
O
Palácio Piratini está confiante de que o governo federal tomará frente na
aquisição e distribuição, o mais rápido possível, da vacina contra a Covid-19.
Em coletiva nesta segunda-feira, o governador Eduardo Leite afirmou que no que
tange “as conversações” entre esferas políticas, o governo de Jair Bolsomaro
cumprirá sua responsabilidade no Plano Nacional de Imunização. No entanto,
apesar da convicção do chefe do Executivo gaúcho, ele afirmou que o RS mantém
um "plano B" de compra direta das doses junto ao laboratório de
produção de São Paulo, o Instituto Butantan.
“Nós
já fizemos o contato com o governo de São Paulo para que, se não houver a
disponibilização das vacinas que podem ser mais rapidamente liberadas pelo
Instituto Butantan, a partir do laboratório chinês Sinovac, a CoronaVac, fazemos a
aquisição direta. Mas tudo leva a crer em todos os contatos que fazemos, que o
governo federal cumprirá sua tarefa de articulador a partir do Programa
Nacional de Imunização das compras e distribuição da vacina”, afirmou,
sinalizando o avanço da testagem e eficácia de ao menos outros três imunizantes
contra o coronavírus.
Enquanto
não há acordo concreto com o Ministério da Saúde, o governo do Estado se
prepara “organizando a logística, locais para condicionamento das vacinas com
as estruturas de câmaras frias”. A ideia é que o Estado tenha condições para
receber a vacina assim que seja disponibilizada e distribuída. Entretanto,
Leite não divulgou como o governo pretende selecionar e quais serão os
primeiros grupos imunizados em solo gaúcho.
Até
lá, o recado do Piratini à população é que os protocolos sejam redobrados
frente a um patamar mais crítico da pandemia no Estado, semelhante ao que
ocorreu entre agosto e setembro. Alguns números apresentados por ele durante a
coletiva apontam índices mais preocupantes em casos confirmados, suspeitos e
internações, tanto clínicas como em UTIs.
Ontem,
o RS tinha 677 internações de pacientes confirmados para o coronavírus – volume
próximo ao pico da série registrado em 19 de agosto, com 728 internações.
Quando somados suspeitos e confirmados, até o dia 22 de novembro tínhamos 818
pacientes, frente 948 em 16 de agosto. Uma das diferenças entre os cenários é a
maior disponibilização atualmente de leitos livres, devido à ampliação ocorrida
neste período entre os dois picos.
“Apesar
de ter mais hospitalizações e de mais casos confirmados, não há o aumento no
número de óbitos. Ainda é prematuro dizer que não haverá ainda o aumento, mas
temos que continuar monitoramento para pensar as ações", apontou o
governador Eduardo Leite. Segundo ele, novas medidas de restrições não estão no
horizonte do governo. No entanto, se o cenário agravar, Leite não descarta
ajustes nos protocolos. Só que desta vez ele estudará ações com menos impactos
à economia, alertou. Para ajudar na conscientização, o governo do Estado
iniciou nesta segunda-feira o "Te Cuida", uma campanha de comunicação
mais intensa para conscientização dos gaúchos.