Publicada em 29/10/2020
Em consequência da baixa cobertura da Campanha Nacional de
Vacinação contra a Poliomielite no Estado, a Secretaria da Saúde (SES) decidiu
prorrogar o prazo da estratégia até 21 de novembro. Nesta data, também será
realizado um segundo Dia D de mobilização, um sábado em que os postos de saúde
e as casas de vacina ficarão excepcionalmente abertos para estimular e
facilitar às famílias o acesso à imunização contra a pólio das crianças menores
de cinco anos. A Multivacinação para atualização da caderneta de vacinação de
crianças e adolescentes até 15 anos foi igualmente prorrogada.
Até o início da tarde desta quinta-feira (29/10), o Rio Grande do Sul havia
registrado a aplicação de 286.403 doses da vacina contra a poliomielite em
crianças de até cinco anos, o que corresponde a 54,1% da faixa etária abrangida
pela campanha. A marca está ainda longe da meta de imunizar 95% dessas
crianças. "Além de prorrogarmos a campanha, vamos reforçar com os
secretários de Saúde dos municípios a importância de ampliarmos a cobertura
vacinal para a proteção de nossas crianças", afirmou a secretária da Saúde
do Estado, Arita Bergmann.
Apenas 98 municípios gaúchos (20% do total) atingiram a meta, o que é muito
pouco, de acordo com a chefe da Divisão de Vigilância Epidemiológica do Centro
Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), Tani Ranieri. “É fundamental buscarmos
coberturas vacinais homogêneas para todas as faixas etárias”, explica.
“Lembramos, mais uma vez, que circulam no Estado doenças que podem levar a
graves sequelas ou mesmo levar a óbito e que podem facilmente ser prevenidas
por meio da vacina, como o tétano, o sarampo e a febre amarela”, completa Tani.
Esquema
vacinal
O esquema
vacinal de poliomielite é composto, atualmente, por duas vacinas: a injetável
aplicada em três doses aos dois, quatro e seis meses de vida da criança, e a
vacina oral aplicada aos 15 meses e aos quatro anos. Nesta campanha, todas as
crianças dessa faixa etária terão a avaliação de sua situação vacinal para
poliomielite. As maiores de um ano que estiverem com seus esquemas vacinais em
dia receberão uma dose da vacina oral, a chamada dose D (indiscriminada). Para
as crianças que estiverem com seus esquemas de vacinação de poliomielite em
atraso, haverá a atualização.
A Campanha de Multivacinação, por sua vez, tem o intuito de atualizar a
situação vacinal da população até 15 anos de idade, de acordo com as indicações
do Calendário Nacional de Vacinação. O objetivo é, além de aumentar as
coberturas vacinais, diminuir ou controlar a incidência de doenças imunopreveníveis.
Por ser uma estratégia de atualização de esquemas em atraso, não se trabalha
com metas. A avaliação será realizada a partir das doses aplicadas e
registradas nos sistemas de informação no período.
Covid-19
Tani
Ranieri salienta que todos os postos de saúde estão seguindo as medidas de
segurança para evitar o contágio da Covid-19. “As unidades de saúde estão
preparadas para receber os cidadãos”, completa.
Pesquisa
Pesquisa
promovida pela SES no ano passado mostrou que as principais causas das baixas
coberturas vacinais no Estado se devem ao descaso e à desinformação. No
levantamento, 59% das pessoas apontaram motivos pessoais para a não vacinação
dos filhos, como esquecimento, medo de efeitos colaterais e falta de tempo.
Mesmo que por algum motivo não tenham vacinado as crianças, mais de 96%
disseram acreditar na imunização e a consideram importante. Apenas 4%
responderam não acreditar na eficácia das doses.
Foi constatado, ainda, que os jovens deixam de vacinar seus filhos com mais
frequência por não terem convivido com certas doenças comuns em outras épocas e
que desapareceram por algum tempo, mas que hoje retornam com força. O sarampo é
um exemplo.
Fonte: Governo RS