Publicada em 20/10/2020
Safra de trigo no
Rio Grande do Sul deve ter quebra de ao menos 30%, diz federação.
O produtor investiu no cereal em meio a bons preços, mas
geada e seca nas últimas semanas prejudicaram o potencial produtivo de plantas.
O Rio Grande do Sul segundo maior fornecedor de trigo do Brasil após o Paraná, deverá ter uma quebra de safra de pelo menos 30% ante as expectativas iniciais, com a produção deste ano estimada em cerca de dois milhões de toneladas, afirmou a Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado (FecoAgro/RS) nesta terça-feira.
A colheita do trigo segue em andamento no Rio Grande do
Sul, com regiões de clima mais quente, como as Missões, já tendo colhido cerca
de 50% da área. No Estado, aproximadamente 20% da lavoura havia sido
colhida até a semana passada, segundo a Emater-RS.
"Da euforia passamos para a frustração. Iniciamos um plantio com 26% de aumento de área e o Rio Grande do Sul sonhou em colher 3 milhões de toneladas de trigo. Infelizmente tivemos uma geada em 22 de setembro que levou parte deste potencial produtivo e depois a seca, somando dois eventos climáticos em uma cultura só", disse Pires, em nota divulgada pela FecoAgro.
Ele comentou ainda que os
"preços excepcionais" que o produtor de trigo tem hoje, de mais de 70
reais a saca, não serão aproveitados por muitos produtores, pois um volume de
cerca de 1 milhão de toneladas está comprometido com contratos fechados
anteriormente com valores mais baixos.
Caso a previsão de safra da FecoAgro se confirme, a produção ficaria
ligeiramente abaixo da colheita de 2,2 milhões de toneladas da temporada
passada, disse a federação.
Os dois Estados respondem pela grande maioria da produção do Brasil, um
importador líquido do cereal.
Fonte: G1