Publicada em 22/09/2020
Após 35 dias em greve, nesta
terça-feira (22) funcionários dos Correios devem voltar ao trabalho. Ontem
(26), no julgamento do dissídio da categoria, o Tribunal Superior do Trabalho
(TST) aprovou reajuste de 2,6%.A maioria dos ministros também
entendeu que o movimento, que começou em 17 de agosto, não foi abusivo. Pela
decisão, metade dos dias de greve será descontado do salário dos empregados, a
outra metade terá que ser compensada. No caso de descumprimento da decisão de
retorno imediato, a multa diária foi fixada em R$ 100 mil.
Em nota, a Federação Nacional dos
Trabalhadores em Empresa dos Correios e Similares ( Fentect), criticou a
decisão do TST. “Essa decisão representa mais um ataque aos direitos da
classe trabalhadora, e um retrocesso a nossa categoria. É mais uma mostra de
como o Judiciário se mantém servil ao patronato, atuando de forma político
partidária, e se mantendo distante do propósito de justiça e dignidade à classe
trabalhadora”, disse José Rivaldo da Silva, secretário-geral da federação.
Além de considerar o reajuste
insuficiente, entre as maiores perdas contabilizadas pela entidade está a
redução dos dias de licença maternidade na empresa, que passará de 180 dias,
como praticada em todo o governo federal, para 120 dias. O documento publicado
pela Federação diz que a entidade realizará, na manhã de hoje, reunião com sua
diretoria para avaliação do cenário. Apesar de não falar explicitamente em
manutenção da greve, a Fentect orienta todos os sindicatos filiados a manterem
a realização de assembleias previstas para hoje, para analisar a proposta e
“decidir de forma coletiva e democrática sobre o resultado do julgamento.”
Os Correios também se manifestaram sobre
o resultado do dissídio. Também em nota, a empresa esclareceu que segue
executando o plano de continuidade do negócio, com a realização de mutirões de
entrega, inclusive em fins de semana e feriados, com o objetivo de reduzir os
efeitos da paralisação parcial dos empregados à população.
A estatal acrescentou que, desde o mês de
julho, buscou negociar os termos do Acordo Coletivo de Trabalho 2020/2021, de
maneira “a fortalecer as finanças e preservar sua sustentabilidade”. “A empresa
agora empreenderá todos os esforços para recompor os índices de eficiência dos
produtos e serviços, considerados essenciais, nesse momento em que a população
brasileira mais precisa”, garante o documento.
Fonte: Agência Brasil