Publicada em 09/09/2020
O Ministério da Saúde e a Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa) foram informados pela AstraZeneca Plc da
suspensão dos testes globais de candidata a vacina contra covid-19 da empresa,
disseram as assessorias de imprensa da pasta e do órgão regulador em notas
divulgadas na noite desta terça-feira (08).
"O
laboratório AstraZeneca anunciou a paralisação do seu estudo global para vacina
covid-19. A decisão foi do próprio laboratório, que comunicou os países
participantes sobre sua decisão", disse a agência, primeira a se
manifestar no Brasil. "A Anvisa já recebeu a mensagem de suspensão enviada
pelo laboratório, já que o Brasil é um dos países do mundo que participa do
estudo global".
A
agência informou ainda que aguarda o envio de mais informações sobre os motivos
da suspensão para analisar os dados e se pronunciar oficialmente.
Segundo
o site de notícias de saúde Stat News, a suspensão global pela AstraZeneca se
deu após uma suspeita de reação adversa séria em um participante do estudo.
Em
nota, o Ministério da Saúde disse que a suspensão temporária do estudo tem
regras definidas em protocolo e baseadas em padrão internacional. A pasta
informou ainda que a pausa nos testes significa que não haverá inclusão, neste
momento, de novos participantes.
A vacina desenvolvida pela AstraZeneca, em parceira
com a Universidade de Oxford, do Reino Unido, é tida pelo governo brasileiro
como uma das principais apostas para a imunização contra a covid-19 no país.
Também
em nota, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), entidade do Ministério da Saúde
responsável pela produção da vacina no país, diz que foi informada pela
AstraZeneca da "suspensão dos testes clínicos em fase 3 e vai acompanhar
os resultados das investigações sobre possível associação de efeito registrado
com a vacina para se pronunciar oficialmente".
O
governo brasileiro, por meio do Ministério da Saúde e da Fiocruz, assinou um
memorando de entendimento com a AstraZeneca que prevê a compra de 30 milhões de
doses da vacina, com entrega em dezembro deste ano e janeiro do ano que vem, e
a possibilidade de aquisição de mais 70 milhões se a vacina tiver eficácia e
segurança comprovadas.
Além disso, o acordo inicial prevê a transferência da tecnologia desenvolvida pela Universidade de Oxford e pelo laboratório AstraZeneca para produção local na Fiocruz, com previsão do ministério de início ainda no primeiro semestre de 2021.
Fonte: Agência Brasil