Publicada em 02/07/2020
Nesta quinta-feira (02), a Polícia Civil encerrou o
Inquérito Policial, instaurado com a finalidade de apurar a morte de Rafael
Mateus Winques, de 11 anos, ocorrida no dia 15 de maio de 2020, no município de
Planalto/RS.
A Polícia Civil
concluiu o procedimento com o pedido de prisão preventiva da investigada
Alexandra Salete Dougokenski, mãe de Rafael, com base na garantia da ordem
pública, seguindo com vistas ao Poder Judiciário, para apreciação e julgamento.
O inquérito totalizou 1.370 páginas, com quatro volumes e cinco anexos.
Alexandra Salete
Dougokenski foi indiciada pelo delito de homicídio doloso qualificado (art.
121, §2º, II, III e IV e §4º do Código Penal); ocultação de cadáver (art. 211
do Código Penal) e falsidade ideológica (art. 299 do Código Penal).
Entenda o caso:
A investigação teve
início com a notícia do desaparecimento da criança, registrado pela própria
mãe, na Delegacia de Polícia de Planalto. Os 10 (dez) dias seguintes foram
marcados por incessantes buscas realizadas por equipes da Polícia Civil, da
Brigada Militar, do Corpo de Bombeiros, do Ministério Público, do Conselho
Tutelar e por toda comunidade de Planalto.
No dia 25 de maio de
2020, após diversas diligências, a equipe que investigava o fato suspeitou do
comportamento da mãe de Rafael, Alexandra Salete Dougokenski, ocasião em que
resolveu confrontá-la com os indícios de que ela possuía envolvimento com o
desaparecimento.
A partir daí, Alexandra
resolveu confessar o seu envolvimento com a morte de Rafael, alegando, porém,
que a morte havia ocorrido, de forma acidental, após ter ministrado 02 (dois)
comprimidos do medicamento Diazepan. Na sequência, ela apontou o local exato em
que havia ocultado o cadáver do seu filho.
Diante da notícia da
morte de Rafael e com a confissão de Alexandra de que a morte havia ocorrido
por ato voluntário, porém não desejado por ela, a Polícia Civil designou uma
força-tarefa para acompanhar a investigação, a fim de esclarecer se, de fato, a
morte havia ocorrido de forma acidental ou se havia ocorrido de forma
intencional; e, caso fosse detectado que a morte havia ocorrido de forma
intencional, que fossem apuradas e determinadas a motivação e a dinâmica do
fato.
No curso da
investigação, foram ouvidas dezenas de pessoas e solicitadas quebras de
sigilo bancário, telefônico, dentre outras medidas cautelares, a fim de
verificar se o fato havia ocorrido nos termos narrados inicialmente pela
investigada, bem como para verificar se havia tido a participação de uma
terceira pessoa na cena do crime.
Nesse sentido, todo o
conjunto probatório apontava para uma morte intencional, provocada pela ação
voluntária e desejada por Alexandra. A investigação apontou, ainda, que Rafael
vinha, de forma reiterada, desobedecendo às ordens de Alexandra no que diz
respeito ao uso do celular, chegando-se ao motivo para o incidente ocorrido na
madrugada do dia 15 de maio de 2020, o que foi corroborado em seu ato de
interrogatório.
Fonte: Policia Civil