Publicada em 12/06/2020
Com o objetivo de reduzir os riscos
de esgotamento do sistema de saúde, garantir maior segurança aos gaúchos, e
aumentar a aderência às medidas de enfrentamento ao coronavírus, o governo do
Estado anunciou, nesta quinta-feira (11), ajustes no modelo de Distanciamento
Controlado.
A estratégia, implementada no dia 10
de maio em todo o Rio Grande do Sul, utiliza-se de evidências científicas e
análise de dados para definir níveis de riscos (traduzidos em bandeiras) e
aplicar restrições na proporção, momento e local em que forem necessárias, com
protocolos para cada atividade econômica conforme a região.
“Estamos agora na quinta semana do
Distanciamento Controlado. É um modelo inédito, totalmente inovador, que faz
essa conciliação da prioridade de preservação à vida com a retomada econômica
responsável. Era um modelo teórico, obviamente. A partir da observação de como
se comportou na prática, foram definidas algumas alterações, sugeridas pelos
membros do Comitê de Dados”, disse o governador Eduardo Leite na transmissão
por rede social nesta quinta-feira.
“O modelo vai ficar mais sensível a
mudanças, para que possamos dar mais segurança para atendimento hospitalar no
futuro”, acrescentou.
VEJA O QUE MUDA NO DISTANCIAMENTO
CONTROLADO
1.
Mudança no ponto de corte de indicadores por tipo de medida:
O objetivo é reforçar a antecipação dos efeitos da pandemia e a segurança da
população. Com base em diversas simulações de cenários, percebeu-se que as
bandeiras estavam demorando muito para sinalizar piora de indicadores. Para
alcançar essa antecedência, foi preciso um novo olhar. Assim, os pontos de
corte se tornam mais estreitos e refletem melhor a realidade, conferindo maior
segurança ao modelo, que se torna mais sensível a mudanças para garantir o
atendimento no futuro. As mudanças serão feitas nos pontos de corte dos
indicadores, como velocidade do avanço da doença, incidências de novos casos e
mudança da capacidade de atendimento.
2.
Alteração nos indicadores de óbito por Covid-19, Ativos/Recuperados e número de
leitos de UTI livres (Macrorregião e Estado)
• Projeção
de óbitos:
O indicador de óbitos por Covid-19 a cada 100 mil habitantes mostra a evolução
da doença com defasagem, uma vez que um óbito reflete o adoecimento de semanas
atrás. O indicador é válido para mostrar a realidade atual, mas não antecipa, e
o objetivo do Distanciamento Controlado é também prever deterioração, de modo
que medidas possam ser tomadas com antecedência para que as UTIs não cheguem ao
limite de atendimento.
Sendo assim, o cálculo deixa de
utilizar o número de óbitos ocorridos na semana de referência e passa a
utilizar projeções para os próximos 14 dias, com base na variação de pacientes
confirmados para Covid-19 em leitos de UTI e no número de óbitos acumulados na
semana de referência.
•
Indicador de Ativos/Recuperados:
O indicador de Estágio da Evolução passa a considerar todos os casos ativos na
semana de referência em relação aos recuperados nos 50 dias anteriores ao
início da semana. Ao considerar um período maior de tempo, amenizam-se os
efeitos da defasagem entre a data do início dos sintomas e a inclusão dos casos
confirmados.
•
Razão de ocupação de leitos de UTI por Covid-19:
A capacidade de atendimento passa a ser avaliada com base na razão entre a
quantidade de leitos de UTI livres e o número de leitos de UTI ocupados por
pacientes confirmados para Covid-19. A proposta vale para os indicadores que
avaliam a capacidade do Estado e das macrorregiões, que antes levava em
consideração o número de leitos de UTI livres para Covid-19 para cada 100 mil
idosos.
3.
Gatilhos de segurança
• Redução de cinco para três hospitalizações registradas nos últimos 14 dias na
trava para deixar a bandeira da semana anterior:
A mudança torna a redução de bandeira mais cautelosa. A partir deste sábado
(13/6), o máximo de casos novos de hospitalização por Covid-19 que a região
poderá observar para conseguir reduzir a bandeira é de três. Antes, o limite
era cinco novas hospitalizações nos últimos 14 dias.
• Regra das bandeiras preta e vermelha:
Se uma região atingir bandeira final vermelha ou bandeira preta, será preciso
duas semanas consecutivas com bandeiras menos graves para que a região possa
obter redução na classificação de risco. Isso trará maior segurança para
caracterizar a efetiva melhora nas condições de uma região.