Publicada em 05/06/2020
O Brasil iniciará neste mês testes com a potencial vacina que
está sendo desenvolvida pela Universidade de Oxford, no Reino Unido, contra a
covid-19, doença respiratória causada pelo novo coronavírus, informaram a
Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), que participará do estudo, e a
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
A autorização para que os testes sejam realizados no país foi
publicada pela Anvisa em edição extra do Diário Oficial da União na noite
de terça-feira (2). Segundo a Unifesp, duas mil pessoas participarão
dos testes, que serão feitos também com apoio do Ministério da Saúde.
"O mais importante é realizar essa etapa do estudo agora,
quando a curva epidemiológica ainda é ascendente e os resultados poderão ser
mais assertivos", disse a coordenadora do Centro de Referência para
Imunobiológicos Especiais (CRIE), da Unifesp, Lily Yin Weckx, que é a
investigadora principal do estudo, segundo comunicado da universidade.
Para a etapa dos testes em São Paulo, serão selecionados 1 mil
voluntários que estejam na linha de frente do combate à covid-19, pois estão
mais expostos à doença. Os voluntários não podem ter entrado em
contato com a covid-19.
De acordo com a Unifesp, os testes, que serão financiados pela
Fundação Lemann, contribuirão para o registro da vacina no Reino Unido,
previsto para o final deste ano. O registro formal, entretanto, só ocorrerá
após o fim dos estudos em todos os países participantes, disse a universidade.
Segundo a Anvisa, o pedido para realização dos testes foi feito
junto à agência reguladora pela empresa AstraZeneca do Brasil, controlada pelo
conglomerado farmacêutico AstraZeneca, e busca "determinar a segurança,
eficácia e imunogenicidade da vacina".
"Os estudos iniciais não clínicos em animais e os estudos
clínicos de fase 1 em humanos para avaliar a segurança da vacina foram
realizados na Inglaterra e os resultados demonstraram que o perfil de segurança
da vacina foi aceitável", disse a Anvisa.
Com as epidemias de covid-19 no Reino Unido, na Europa continental e nos Estados Unidos caindo do pico e as taxas de transmissão do coronavírus em queda nesses lugares, uma importante tarefa para os cientistas tem sido buscar locais com surtos ativos da doença e buscar voluntários em países onde a doença ainda está em alta.
Fonte: Agência Brasil