Publicada em 06/02/2020
Com caras de más, mas dóceis ao primeiro sinal de carinho, duas pitbulls mantidas por criminosos em uma casa de Estrela foram resgatadas pela polícia do Vale do Taquari, nesta quarta-feira (5). Os animais haviam sido deixados no terreno da residência, desocupada após um confronto entre a Brigada Militar (BM) e bandidos que planejavam ataques a bancos no interior do Estado. Três bandidos morreram no pátio da casa e cinco suspeitos acabaram detidos entre a madrugada e a manhã de terça-feira (4), na Linha São Jacó, região rural do município.
Após frustrar a ação orquestrada pelo bando — o assalto a uma agência bancária de Serafina Corrêa, na Serra Gaúcha, deveria acontecer nos próximos dias —, o comandante da BM no Vale do Taquari se perguntou: que destino dar aos cães, forçados pela quadrilha a agir como seguranças do local?
— Eu estava vendo os cães brincando na rua e me perguntei: o que será deles? Aí decidi falar com uma soldado do batalhão, que acionou uma entidade de cuidado a animais abandonados — informou o major Ivan Urquia. A soldado mencionada pelo comandante é Karin Barkert, 29 anos. Na sua casa, em Santa Clara do Sul, município limítrofe a Lajeado, ela tem sete cachorros, seis gatos e uma galinha.
— Retiradas de lá, (as cadelas) terão uma vida melhor, diferente da que tinham. Elas são um amor, super tranquilas e carinhosas — celebra a militar, que participou da ação de recolhimento das pitbulls acompanhada por duas voluntárias da ONG Apama (Amando, Protegendo e Ajudando Muito os Animais).
Sem qualquer reação violenta, as filhotes, uma branca e outra rajada, rolaram no chão pedindo por afagos a todo instante durante o socorro. De acordo com a presidente e fundadora da ONG, Ana Rita da Silva, 48 anos, as cadelas viviam em más condições, presas pelo cercado do terreno, dormindo em casinhas precárias e com potes de ração vazios. Com sede, a água era buscada em um vaso sanitário.
Quatro porcos, com cerca de 30 quilos cada, também foram abandonados no terreno. Eles receberam ração e serão levados até a sede da entidade ainda hoje, segundo as voluntárias.— Eles estão muito magros e, pela fome, nota-se que não eram bem alimentados. Vamos colocá-los para adoção também, mas somente se for para alguém que comprove que não vá abatê-los — complementa a presidente da ONG.
Fonte: Zero Hora
